Santa Catarina registrou uma safra recorde de arroz irrigado no período de 2022/2023. A quantidade produzida no Estado chegou a 1,27 milhão de toneladas, a maior já registrada em SC. A produtividade também atingiu marca histórica, com 8,6 mil quilos por hectare.

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O anúncio dos números finais da safra de arroz irrigado de SC ocorreu durante evento sobre a atividade na sexta-feira (26), em Itajaí. O desempenho surpreendeu porque a expectativa era de que o volume cultivado ficasse um pouco abaixo do registrado no ano anterior, devido ao inverno rigoroso no segundo semestre de 2022. O frio intenso atrasou o desenvolvimento das lavouras no início do plantio.

A analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, explica, no entanto, que mesmo assim a produtividade no Estado cresceu 1,24% em comparação à safra anterior.

A especialista aponta que o resultado é ainda mais expressivo porque na safra 2021/2022 o Estado já tinha registrado produtividade acima da média histórica. Além disso, a área plantada na safra atual foi praticamente a mesma da anterior.

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— Vários fatores levaram a esse resultado, especialmente a adoção de cultivares de alto desempenho produtivo, o clima favorável e o manejo das lavouras, com investimento em adubação e tecnologia — explica.

No evento uma nova variedade de arroz desenvolvida pela Epagri também foi lanada. Trata-se da SCSBRS126 Dueto, que ganhou esse nome pela dupla aptidão de tolerância a baixas e altas temperaturas e por ter sido desenvolvida por meio de parceria interinstitucional entre Epagri e Embrapa, com apoio da Udesc.

Comportamento atípico dos preços

Segundo a Epagri/Ciram, os preços pagos aos produtores de arroz também estariam se mantendo acima dos custos, o que garantiria uma margem de lucro. Segundo a analisa do governo de SC, neste ano o mercado apresentou um comportamento inverso do habitual. Nos primeiros cinco meses do ano, quando tradicionalmente os preços caem com o aumento da oferta no início da colheita, os preços apresentaram uma alta gradual. A partir da segunda metade de maio, no entanto, os preços começaram a cair.

De acordo com Glaucia, o aumento atípico nos preços no começo do ano teria ocorrido por uma diminuição nas estimativas da safra gaúcha, que deve registrar uma quebra de quase 10% em relação à previsão inicial, e o aumento das exportações, favorecidas pela taxa de câmbio apresentada até maio. Esses dois fatores diminuíram a oferta do grão no mercado interno e, consequentemente, fizeram os preços subir.

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Com a valorização do real nas últimas semanas, o ritmo das exportações brasileiras do grão diminuiu, o que teria resultado na queda nos preços aos produtores nas vendas internas.

* Com informações do governo de SC

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