Santa Catarina produziu neste ano 3,2 milhões de toneladas de milho, metade do consumo no Estado. Isso representa 100 mil carretas. Por isso uma comitiva de 75 lideranças catarinenses está em Encarnación, no Paraguaí, nesta sexta-feira e sábado, para discutir a Conexão Transfronteiriça.
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O objetivo é criar uma rota do milho que passe por Major Otaño, no Paraguai, entre na Argentina por barcas e daí chegue em Santa Catarina por Dionísio Cerqueira. Isso reduziria em mais da metade a distância para trazer milho, que atualmente é buscado principalmente no Centro-Oeste, a mais de mil quilômetros de distância. Major Otaño fica a 330 quilômetros de Chapecó.
O encontro é promovido pelo Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos e Alcaides do Mercosul (Bripam). Durante o evento, que encerra no final da tarde de sábado, serão feitas tratativas e acordos entre Santa Catarina, Missiones (Argentina) e Itapuá (Paraguai), para viabilizar o corredor do milho. Santa Catarina tem representantes do Governo do Estado, Núcleo de Fronteira, Sindicarne/Acav, Fecam, Fecoagro, Sebrae, Facisc, Fiesc e Fórum de Competitividade e Desenvolvimento do Oeste.
Nova ponte e aduana
Entre as medidas a serem adotas estão a construção de uma ponte sobre o rio Paraná entre Major Otaño-PAR e Eldorado-ARG. A aduana de Dionísio Cerqueira também teria que ampliar o pátio de estacionamento dos caminhões e o horário de atendimento. Há necessidade ainda de aprovar a passagem pela atual ponte sobre o Rio Peperi-Guaçu, entre Paraíso-SC e São Pedro-ARG, até a construção de uma nova ponte internacional, que já está prevista em acordo entre os dois países. Também será necessário implantar uma aduana no local.
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Rentabilidade de grãos em queda
A rentabilidade de grãos deve cair pelo menos 20% na próxima safra segundo o assessor técnico de cereais da Confederação Nacional de Agricultura, Alan Fabrício Malinski. Ele foi um dos palestrantes do Dia de Mercado, encontro promovido pela Federação de Agricultura do Estado (Faesc), em Chapecó. Malinski disse que o custo de produção também teve uma queda, de 7 a 8%, mas os preços de soja e milho caíram ainda mais, em virtude de uma supersafra nacional e boas colheitas internacionais.
Contratos futuros
O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, defende contratos futuros de compra e venda entre agroindústrias e produtores, para evitar a queda de plantio de milho em Santa Catarina, que deve chegar a 20%.