O percentual de famílias em Santa Catarina com dívidas chegou a 65,4% no último mês de dezembro, recorde ao menos desde 2013, período no qual a Fecomércio-SC passou a pesquisar mensalmente o número de endividados no Estado. O cenário gera alerta da entidade, já que também cresceu no último ano o número de catarinenses inadimplentes e sem condições de pagar os débitos em atraso.
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Até então, o maior número de catarinenses endividados era de maio de 2017, de 63,2%. O índice começou a cair significativamente no início da pandemia de Covid-19, chegou a bater sua menor marca em agosto de 2021 (36,5%), mas, já ao final daquele mesmo ano, passou a emendar 13 altas mensais consecutivas, a maior série de crescimento já identificada pela pesquisa, até bater novo recorde.
O valor mais recente não é motivo de preocupação por si só, segundo explica o economista Pedro Henrique Pontes, da Fecomércio-SC, mas, sim, por estar acompanhado de outros números em alta.
— O nível de endividamento não é um indicador negativo para a economia, uma vez que consumidores mais seguros de sua situação econômica fazem uso de crédito e compram de forma parcelada. O problema surge quando os endividados não conseguem honrar seus compromissos, passando assim para o grupo dos inadimplentes — explicou, conforme divulgado pela Fecomércio-SC.
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— Em 2022, a dinâmica do consumo e do endividamento foi diretamente impactada pela inflação e pela taxa de juros, que encareceu as dívidas e apertou o orçamento familiar — emendou.
A taxa de inadimplentes em Santa Catarina chegou a 18,6% em dezembro do ano passado, também depois de ter oscilado em queda ao longo do período mais crítico da pandemia, chegando a ter atingido a mínima histórica de 5,5% nos meses de setembro e novembro de 2021.
O índice ainda está distante do recorde de inadimplentes no Estado, de outubro de 2019 (23,2%), mas já chegou a superar uma margem parecida desde setembro do ano passado, quando estava em 14,1%.
Além disso, vem crescendo em Santa Catarina o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso. Em julho do ano passado, ele chegou a cair à mínima histórica de 1,8%, mas, após cinco altas seguidas, bateu 5,8% em dezembro, maior valor desde maio de 2020 (6,6%).
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Em sua pesquisa mais recente, a Fecomércio-SC ainda pondera que, entre os endividados, ao menos a parcela de renda comprometida com as dívidas já caiu pelo oitavo mês seguido, chegando a 33,1% em dezembro, o que pode indicar melhora nos ganhos da população catarinense ou revelar o grau de
educação financeira do consumidor no Estado.
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