A Secretaria de Estado da Saúde (SES) atualizou o Plano de Contingência para enfrentamento da dengue, chikungunya e Zika em 2024. O documento estabelece responsabilidades a nível estadual para o combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e para evitar mortes.
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Este plano estabelece o delineamento necessário para atender as emergências relacionadas à circulação das doenças e o controle delas. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), até 31 de dezembro de 2023 foram confirmados 119.525 casos de dengue. O número aumentou de 2022 para o ano passado em 42%, o pior cenário da doença no Estado. Também foram registradas 98 mortes.
— O documento foi elaborado com várias áreas da pasta ao longo de 2023. Foram feitas discussões, capacitações, encontros e alinhamentos de ações para enfrentamento das arboviroses. São aspectos relacionados à gestão, vigilância epidemiológica, manejo do vetor, vigilância laboratorial, assistência ao paciente e comunicação — explica João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive/SC.
Conforme a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, a situação em municípios infestados pelo mosquito é complexa, já que “o mosquito está adaptado ao clima”.
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— Estamos vivendo um período de intenso calor e com chuvas significativas. Isso torna o ambiente propício para a reprodução e proliferação do mosquito e estamos passando pelo período sazonal da doença — destaca.
Em 2023, 239 municípios de Santa Catarina registraram a presença do mosquito, sendo que 154 foram considerados infestados, o que aumenta o risco de transmissão de dengue, Zika e chikungunya.
Plano é dividido em três níveis
O Plano de Contingência é divido em três níveis de ativação: o primeiro corresponde a uma situação em que a incidência de casos prováveis de dengue permanece em ascensão por duas semanas consecutivas e em duas regiões de saúde, acima de 50 casos para cada 100 mil habitantes por semana epidemiológica em regiões com até 350 mil habitantes, ou acima de 25 casos para 100 mil habitantes em regiões com mais de 350 mil habitantes.
Neste nível, algumas das ações previstas são:
- Aquisição de medicamentos;
- Aquisição de equipamentos;
- Emissão de alertas;
- Ampliação dos locais de testagem; entre outros.
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Já no segundo nível, que representa um alerta do início de uma epidemia, seria quando a taxa de incidência de dengue permanece subindo por mais de duas semanas consecutivas, em duas regiões, com mais de 100 casos por 100 mil habitantes por semana epidemiológica e com notificação de óbito suspeito ou confirmado nesse período.
As ações previstas no nível dois incluem:
- Divulgar recomendações técnicas e intensificar a emissão de alertas;
- Analisar o perfil dos casos com sinais de alarme ou gravidade;
- Priorizar a realização das análises laboratoriais dos casos de chikungunya, Zika e dengue com sinais de alarme; entre outras ações.
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O nível três é previsto quando a taxa de incidência de casos prováveis de dengue permanece em ascensão por mais de duas semanas consecutivas, em duas regiões de saúde, acima de 150 casos por 100 mil habitantes e com a confirmação de pelo menos duas mortes nesse período.
Neste nível, as ações previstas incluem:
- Avaliar a necessidade de solicitação de apoio técnico presencial ao Ministério da Saúde;
- Priorizar ações de controle vetorial em áreas com surgimento de novos casos; entre outros.
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Para chikungunya e Zika, os níveis acompanham o aumento da incidência de casos prováveis, em comparação com o mesmo período do ano passado, no primeiro nível. Já no nível dois, aumento de casos em duas regiões de saúde e, no três, com notificação de casos graves ou morte pela doença ou aumento de casos positivos em gestantes.
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