Santa Catarina chegou a 1 milhão de doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19. Do total, 819,3 mil correspondem à primeira aplicação e apenas 237,1 mil à segunda. Com mais de 839 mil casos confirmados e 12 mil mortes pela doença, o Estado ainda enfrenta um momento delicado da pandemia. Especialistas pedem cautela da população e apontam que o ritmo da imunização ainda é lento.
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Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiólogica (Dive-SC) e foram divulgados na segunda-feira (12).
Para a médica epidemiologista e professora do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Curi Hallal, é importante que a população tenha consciência sobre a importância da aplicação com as duas doses da vacina.
— O efeito que se busca alcançar de efetividade da vacina só acontece depois da segunda dose. Toda a aprovação da Anvisa com base nos estudos, a discussão da eficácia, isso tudo foi feito com base na aplicação de duas doses com o intervalo recomendado — afirma.
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Ana alerta que é preciso que a população tenha atenção em relação ao período entre as duas doses, que é diferente para a CoronaVac e a Astrazenca. No caso da primeira, o intervalo é de 21 a 29 dias, já no imunizante de Oxford, o tempo é maior, de até 12 semanas.
— Além de tomar a segunda dose no intervalo recomendado, as pessoas precisam manter os cuidados apesar de serem vacinados. A vacina protege contra os casos graves, ela não protege contra a infecção e contra a transmissão da doença. Mesmo vacinada a pessoa pode transmitir também pode ter essa doença, claro, que de forma mais leve — alerta.
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O pesquisador e professor de imunologia da UFSC, Daniel Mansur, diz que o ritmo de vacinação aumentou nas últimas semanas, mas que — justamente pelo intervalo de vacinação — ainda deve demorar para esse crescimento se reflita nos números da segunda dose.
Mansur reafirma que a imunização completa só acontece com a segunda dose.
— As pessoas devem se cuidar, especialmente porque os ensaios foram feitos mostrando proteção após 14 dias da segunda dose no caso da CoronaVac. Não dá para falar de proteção antes disso — colocou.
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Ele pontua, contudo, que mesmo com 1 milhão de doses aplicadas, ainda estamos longe de superar o vírus.
— Estamos muito distantes de qualquer alívio para as pessoas, principalmente porque parece que as pessoas mais novas estão tendo efeitos mais graves agora — comenta.
No ritmo atual, população de SC seria imunizada em agosto de 2022
A média diária de aplicação de doses foi de 25.659 nos últimos sete dias. O dado é do Monitor da Vacinação no NSC Total, que estima que neste ritmo a imunização de toda a população catarinense com pelo menos uma dose da vacina deve acontecer apenas em agosto de 2022.
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Se considerado apenas o grupo prioritário, estimado em 2 milhões de pessoas, a aplicação da primeira dose se estenderia até maio deste ano. Já a imunização completa, com a segunda dose, seria possível em agosto de 2021.
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Ainda de acordo com os dados estaduais, Santa Catarina recebeu, até segunda-feira, 1.472.740 doses dos imunizantes do Ministério da Saúde. Deste total, 1.241.040 são da CoronaVac e 231.700 da Astrazeneca.
A campanha de imunização tem como grupos prioritários profissionais da saúde, a população quilombola e indígena, idosos, pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência e agentes das forças de segurança.
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