Santa Catarina anunciou toque de recolher para todas as cidades do Estado. A decisão, que vai valer durante a madrugada, foi tomada no final da tarde desta quarta-feira (2), em reunião entre o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e representantes da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), e no mesmo dia em que 15 das 16 regiões foram classificadas com risco gravíssimo para coronavírus (em vermelho no mapa).
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Apesar de ainda não ter os horários definidos, as medidas valerão para todo o Estado por um período de 15 dias a partir da edição do decreto, que deverá ser publicado em até 48 horas.
A fiscalização caberá às instituições de segurança pública do Estado – polícias Militar e Civil – e poderá ser reforçada pelas cidades, através das guardas municipais ou fiscais de vigilância sanitária.
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A decisão tem como objetivo frear o avanço da doença ao mesmo tempo em que mantém as atividades econômicas do Estado.
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Outras medidas
Durante o encontro, também ficou definido que os ônibus continuam a circular normalmente, desde que respeitada a ocupação máxima de 70% da capacidade dos veículos.
Também vai ser obrigatório o uso da máscara em todos os ambientes, com exceção dos espaços domiciliares. Medidas semelhantes foram adotadas nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
Em relação ao comércio, os prefeitos e o governo do Estado discutiram a possibilidade de ampliação dos horários de atendimento no fim de ano para evitar aglomerações em horários comerciais.
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Dessa forma, durante a noite, os estabelecimentos poderão ficar abertos até as 23h, com a possibilidade de atender os clientes que já estiverem no local até a meia-noite.
– Essas medidas têm a intenção de mostrar para a sociedade que estamos em um momento de agravamento do risco. Tomamos a decisão com base em um amplo diálogo com os prefeitos. Tivemos uma reunião extremamente produtiva e definimos ações conjuntas, que valem para todo o Estado e pretendem frear o avanço da doença – afirmou o governador.
Risco gravíssimo em 15 regiões

Subiu para 15 o número de regiões em risco gravíssimo para coronavírus (em vermelho no mapa), o pior nível que a doença pode chegar no Estado. Apenas o Extremo-Oeste segue em nível grave (em laranja), segundo atualização divulgada no final da tarde desta quarta-feira.
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Em relação ao mapa da risco da semana passada, duas regiões apresentaram piora na situação do coronavírus: Alto Uruguai e Foz do Rio Itajaí.
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SC vive pico da doença
O novo pico de casos confirmados em Santa Catarina, conforme a data de aparecimento dos sintomas de coronavírus, deixou de ser no inverno e passou para a fase atual da pandemia, que segue registrando aumento diário de casos e mortes.
Com os novos dados confirmados nesta quarta-feira, 2, pela Secretaria de Estado da Saúde, o dia 16 de novembro marca, até agora, o ápice dos primeiros sinais de covid-19 para 5.431 pacientes, o maior registrado num único dia em toda a pandemia.
Antes disso, o ápice era em 20 de julho (5.335). Os números mais recentes ainda tendem a crescer, conforme a confirmação de mais casos nas próximas duas semanas, o que indica mais um fator de agravamento da pandemia em Santa Catarina.
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Paraná também adota toque de recolher
Um dia antes, o governo do Paraná também havia anunciado o toque de recolher para a população e decidiu limitar a circulação por parques e praças de todo o Estado, além de retomar o trabalho remoto para servidores estaduais e recomendar às prefeituras e outros órgãos a mesma medida. O Paraná ainda suspendeu as cirurgias eletivas.
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A situação mais crítica da pandemia no Paraná é a de Curitiba e na região metropolitana da capital, onde 93% dos leitos de UTI estão ocupados. Cerca de 50 pessoas já aguardam vagas em UTIs em hospitais lotados e devem ser transferidos para o interior do Estado, onde há mais vagas.
*Nota de correção: o toque de recolher vai valer para todas as cidades de SC e não para as 21 maiores, como a reportagem informava até 19h49min.
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