Na contramão de capitais como o Rio de Janeiro e Salvador, Santa Catarina não deu início à imunização de crianças a partir dos três anos contra Covid-19. O Estado diz ter doses em estoque para vacinar esse público, mas ainda espera nota técnica do Ministério da Saúde para autorizar a aplicação. A área da saúde vive um momento de tensão, especialmente em relação à falta de leitos neonatais e pediátricos.
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— A nota servirá para orientar os estados e municípios sobre a incorporação da Coronavac para vacinação de crianças de 3 a 5 anos — diz o superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, Eduardo Macário.
Sem citar a nota técnica, o Minsitério da Saúde pasta recomendou na última semana a imunização desse público. A pasta também afirmou que os estoques de cada estados podem ser usados para esse fim. Procurada, a pasta federal afirmou que o texto com orientações deve ser publicado nos próximos dias.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso para esse público na semana passada. A vacina permitida é a Coronavac, já utilizada em adultos, adolescentes e idosos. Até então, a vacinação para crianças de 5 anos ou mais usava imunizante de Pfizer.
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Segundo levantamento do g1, seis capitais começaram a vacinar nesta segunda-feira (18). São elas: Fortaleza (CE), São Luís (MA), Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM) e Salvador (BA). A cidade do Rio de Janeiro deu início já na semana passada de forma escalonada e deve imunizar crianças com 4 anos nesta quinta-feira (21).
Questionada, a prefeitura de Florianópolis disse que também espera uma nota técnica para iniciar a imunização.
“Vacina é um direito da criança”
O pediatra e um dos diretores do Sindicato dos Médicos do Estado Santa Catarina (Simesc), Kempes Spencer, avalia que as vacinas são seguras e após a aprovação pela Anvisa devem ser aplicadas na população.
— A vacina é um direito da criança. Devemos ter medo de adoecer e não dela porque é uma proteção que salva vidas — comenta.
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Ele destaca ainda dois fatores que ajudam a entender a situação atual da crise na saúde, principalmente em relação aos atendimentos de crianças. A primeira delas é a baixa imunização do público infantil em relação a várias vacinas do Plano Nacional de Imunizações. Outro ponto é o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados.
O Estado enfrenta uma crise na saúde e tem o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, como um dos epicentros do problema. A unidade é referência no Estado no atendimento de alta complexidade e recebe pacientes de todas as regiões de Santa Catarina.
Na semana passada, o Joana de Gusmão recebeu containers para ampliar o número de atendimentos. Quadros mais leves são sentidos por profissionais nesses consultórios e pacientes graves recebem cuidados na parte interna da unidade.
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