Os postos de saúde são a porta de entrada da maioria dos problemas que a população sofre no dia a dia. Referência no atendimento do SUS em cada bairro, as unidades, que são responsabilidade dos municípios, fazem parte da atenção primária. Um atendimento ineficiente nos postos de saúde pode causar impactos em todo o sistema.
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O tema foi o segundo mais votado pelos catarinenses no projeto SC Ainda Melhor, lançado pela NSC Comunicação nessa segunda-feira (2). A iniciativa buscou ouvir em uma enquete no NSC Total e no g1 quais são os problemas mais relevantes nas cidades de Santa Catarina.
Em Criciúma, foram ouvidas as entidades Abadeus, ACIC, Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba e do Rio Urussanga, AMPE – Associação das Micro e Pequenas Empresas de Criciúma, Bairro da Juventude, CDL, Comitês das Bacias Hidrográficas do Rio Araranguá, Cufa, Satc e Unesc. As prioridades da cidade nesse setor ficaram definidas como:
- Ampliar e melhorar a infraestrutura dos postos de saúde;
- Ampliar a oferta de atendimento por telemedicina;
- Implantar pronto socorro 24h com sistema inteligente de triagem;
- Implantar sistema inteligente para agendamento de exames e procedimentos;
- Padronizar os agendamentos em todos os postos de saúde;
- Integrar o atendimento médico nas redes públicas com o uso da tecnologia, facilitando o acesso aos dados do paciente com um prontuário eletrônico.
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Melhorias no atendimento e uso de tecnologia
Quem usa o serviço, reforça a necessidade de melhorias no atendimento. O morador de Criciúma, Osvaldo Ribeiro, destaca a importância de focar no público da terceira idade.
— Seria bom mais atendimento dos idosos, né. Eu passo muito trabalho para conseguir receita, tem que estar ligando para o tele saúde — afirma o aposentado.
Esse trabalho de acolhimento e de buscar atender as necessidades da população através dos serviços ofertados nos postos de saúde ajuda a desafogar as unidades hospitalares. É o que explica a especialista em atenção primária em saúde, Carine Cardoso.
A saúde é um dos principais pilares da gestão municipal. O Ministério da Saúde indica que municípios com mais de 100 mil habitantes, como é o caso de Criciúma, devem ter a proporção de uma equipe de saúde da família a cada três mil moradores.
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— Sobretudo a estratégia de saúde da família, com a equipe mínima, ela dá um resultado imensurável, quando a equipe é fortalecida, organizada, sistematizada, porque ela é altamente resolutiva — afirma Carine.
Estima-se que cerca de 80% dos problemas de saúde da população podem ser resolvidos por uma equipe de profissionais de saúde generalista, como o caso das equipes que atuam nos postos de saúde. Assim, a proximidade desses profissionais com a população influencia na qualidade da saúde pública em uma cidade.
— Eu digo que ela tem a missão de resolver os problemas da população, porque ela está mais perto das pessoas. Estando mais perto das pessoas, a gente tendo esse vínculo, tendo essa comunicação, essa responsabilidade, fica muito mais fácil a gente entender o que de fato as pessoas precisam — destaca a especialista em atenção primária em saúde.
Além da estrutura e de uma equipe qualificada, é preciso que o número de profissionais seja suficiente. Uma pesquisa encomendada pelo Conselho Nacional de Medicina indica que as filas são o maior motivo de insatisfação dos usuários do SUS. A demora também incomoda o morador de Criciúma, Luís Alberto Borges.
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— Aqueles exames mais demorados, uma ressonância magnética, exames mais complexos, acho que o pessoal acaba esperando por muito tempo, o tratamento acaba demorando demais, e acaba até prejudicando o tratamento desse pessoal, acho que teria que ter um pouco mais de prioridade na questão da saúde — diz o garçom.
Modernização do sistema
Outras soluções que são apontadas para a saúde de Criciúma são investimentos em modernização do sistema e mais vagas para ampliar o número de profissionais, assim como a modernização de serviços para confirmar consultas.
A Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma afirma que quase 24 mil pessoas faltaram a consultas no ano passado porque o município não conseguiu fazer contato com os pacientes.
— Eu não posso dizer que a tecnologia não veio para ficar, porque ela veio e ela vai nos ajudar, e ajuda muito, mas também eu não posso tirar daquele cidadão que tem 80 anos, que não é do mundo da tecnologia. Então eu preciso educar isso tudo e transcender esse lugar, pensar em ferramentas para essas duas vertentes, que são totalmente diferentes, mas que eu preciso chegar até ela — explica a especialista.
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