A NSC Comunicação lança nesta segunda-feira (2) a quarta edição do SC Ainda Melhor, projeto que elencou os cinco eixos prioritários dentro de uma série de assuntos que são de responsabilidade das prefeituras. Com base no resultado de uma enquete feita no NSC Total e g1, os catarinenses votaram como sendo assuntos de maior relevância: saneamento básico, atendimento nos postos de saúde, mobilidade urbana, educação básica e transporte público.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

Anteriormente, seguindo a ordem de votação, a reportagem publicou o que entidades e especialistas colocam como prioridade para o saneamento básico em Florianópolis. Nesta matéria, o tópico será relacionado a Criciúma.

SC Ainda Melhor aponta prioridades e desafios de 5 áreas em cidades catarinenses

Na cidade do Sul do Estado, foram ouvidas as seguintes entidades: Abadeus, ACIC, Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba e do Rio Urussanga, AMPE – Associação das Micro e Pequenas Empresas de Criciúma, Bairro da Juventude, CDL, Comitês das Bacias Hidrográficas do Rio Araranguá, Cufa, Satc e Unesc. As principais demandas citadas no quesito saneamento básico foram:

Continua depois da publicidade

  • Garantir a ampliação da rede de esgoto por meio de um plano eficiente e transparente,
    com indicadores;
  • Implementar um sistema inteligente capaz de detectar vazamentos e minimizar perdas;
  • Implantar o reuso da água para fins não potáveis como lavação de ruas e parques;
  • Implantar um projeto de coleta de resíduos que alcance todo o município;
  • Incentivar a conscientização da importância de tratar o esgoto domiciliar.

Ligações irregulares

Abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana para água da chuva e coleta e tratamento de resíduos sólidos são os quatro serviços que compõem o saneamento básico – algo que é fundamental para se viver em uma cidade.

Segundo dados da Casan, Criciúma conta, atualmente, com 47% de cobertura da rede de coleta e tratamento de esgoto. Os últimos bairros a receberem o sistema foram o São Luiz e o Próspera. Agora, aproximadamente 44 mil unidades consumidoras têm a rede à disposição.

No entanto, não basta apenas fazer os investimentos. É preciso conscientizar quem mora na cidade. Isso porque, no município, cerca de 38% dos imóveis que já possuem acesso à rede de esgoto ainda não estão regularizados ou sequer fizeram a ligação ao sistema.

Continua depois da publicidade

Outro problema que afeta o município é a quantidade de ligações irregulares. Cerca de mil unidades consumidoras descartam o esgoto doméstico na rede pluvial, ou diretamente nos rios. E, quando os resíduos não têm o destino certo, os reflexos aparecem na saúde das pessoas.

Luana Pretto, presidente do Trata Brasil, destaca que, em Santa Catarina, foram 5.703 internações por doenças relacionadas ao saneamento, além de 95 mortes.

— A gente está falando de dar o básico para que a população possa se desenvolver. Geralmente a falta de saneamento acomete áreas vulneráveis e rurais, [acomete] uma população que não tem água encanada, ou vive com o esgoto aberto do lado da sua casa — destaca Luana.

Investimento em saneamento traz retorno à cidade

Pelos cálculos da Organização Mundial da Saúde, a cada R$ 1 investido em saneamento básico, o retorno em economia na área da saúde é de R$ 4. O Instituto Trata Brasil fez as projeções de como isso poderia favorecer Santa Catarina se atingisse a meta de universalização do serviço. 

Continua depois da publicidade

— O acesso completo ao saneamento em Santa Catarina daria um ganho para a população de R$ 14,8 bilhões, e é um ganho de redução de gastos com saúde, de aumento de produtividade, aumento da renda com turismo — cita Luana.

Por isso, o tema é tão importante quando o assunto é o futuro de uma cidade e os especialistas alertam para a importância de os eleitores questionarem o que seus candidatos pensam e projetam neste quesito.

— É importante questionar o candidato sobre quais são as suas metas para o saneamento básico. O que vai ser feito para ter acesso a água, tratamento de esgoto, para despoluir o rio da minha cidade? — indica a presidente do Trata Brasil.

Leia também

Três cidades mais populosas de SC ainda não universalizaram saneamento básico

Falta de informações sobre esgoto pode resultar em improbidade administrativa em SC