SC-418 passa por roçada e operação tapa-buracos, mas não tem data para revitalização

Há duas semanas, a SC-418 está passando por melhorias que já começaram a ser percebidas pelos motoristas que sobem a Serra Dona Francisca. É uma manutenção de rotina, com operação tapa-buracos, roçada e limpeza de valas, mas que representa um pouco da recuperação que os moradores da região esperam para o acesso ao Planalto Norte. Depois do anúncio de liberação de recursos para duplicação do Eixo Industrial, feito pelo governador Carlos Moisés em 14 de junho, a rodovia estadual conquistou o primeiro lugar na lista de prioridades de Joinville para a infraestrutura.

Em visita aos 20 quilômetros entre a BR-101 e o limite entre Joinville e Campo Alegre da SC-418, a equipe do jornal A Notícia constatou que a roçada foi feita e melhorou a visualização das placas, que antes ficavam escondidas pela vegetação alta. Os buracos também foram fechados com recapeamento, ainda que alguns deles já apresentem rachaduras e novos buracos estejam abrindo.

— Eu vi que estão limpando e, agora, dá pra ver as placas. Não senti nenhum problema hoje — comentou o pintor Miguel Antunes, 35 anos, que subia a Serra Dona Francisca para passear com a família no feriado.

A vendedora Verônica Kolombeski, que há 15 anos tem concessão do Estado para vender pastéis no Mirante da Serra, também percebeu mudanças entre os motoristas que passam pela rodovia. Se antes eles paravam cheios de reclamações sobre os problemas no trajeto, agora as queixas cessaram bastante.

— A gente sente que diminuiu bastante o número de acidentes nos últimos dia também. O único problema é a falta de iluminação à noite, que é causada pelo vandalismo — lamenta ela.

Manter a iluminação na região é a maior dificuldade apontada pelo Deinfra devido aos atos de vandalismo. Segundo o órgão estadual, as lâmpadas são quebradas e os fios de cobre são roubados com frequência. Em sua passagem por Joinville, o governador confirmou que a SC-418 está na fila de prioridades para investimento da região e que será necessário encontrar soluções para a manutenção dos postes de energia.

— Temos um problema para resolver na Serra que é a questão do furto da fiação. Então, temos que arrumar uma forma alternativa de manter ligado, com sistema fotovoltaico, enfim. A gente tem uma cartilha com as demandas regionais e, à medida em que tivermos fôlego, vamos resolver — afirmou.

18 mortes em um ano

A SC-418 passou por revitalização pela última vez há 17 anos. Diariamente, segundo a Polícia Militar Rodoviária, passam cerca de 8 mil veículos pela rodovia. Entre abril de 2018 e abril de 2019, foram registrados 267 acidentes e 18 mortes em toda a extensão da SC-418, que é de 68 quilômetros.

Em abril, após ação do Ministério Público, a Justiça determinou a execução de medidas para a conservação e monitoramento periódico da SC-418. Como, inicialmente, foram atendidos apenas parte dos pedidos, a 12ª Promotoria de Justiça de Joinville definiu também que o Estado deveria apresentar um estudo de engenharia de tráfego e um projeto de recuperação da rodovia até a última sexta-feira, 21.

Um estudo do Observatório Social encomendado pela Facisc mostrou que o custo dos acidentes na Serra chega a R$ 76.661 por ocorrência, valor médio para acidentes com ou sem vítimas. O valor total estimado de tributos arrecadados no trecho da Serra Dona Francisca chega a R$ 20 milhões por ano, considerando os valores em IPVA de R$ 4.512.727 com o total de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadados, de R$ 15.474.231.