O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o governo vai implantar um sistema de biometria para reunir dados de pacientes e controlar o trabalho de profissionais da rede pública:

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— Vamos parar de fingir que a gente paga médicos e o médico fingir que trabalha. Isso não está ajudando a saúde do Brasil.

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A ideia é criar um controle de produtividade, em que profissionais cumpram a jornada de trabalho, na qual determinadas atividades terão de ser cumpridas. Como exemplo, ele citou consultas. A Organização Mundial da Saúde indica que uma boa consulta deve demorar, no mínimo 15 minutos.

— Um médico que tem quatro horas de concurso, ele pode dedicar cinco minutos para cada paciente e ir embora. Temos de ter uma média de desempenho — disse.

A mesma lógica será aplicada para outras especialidades. Quem não cumprir o prazo determinado estará sujeito a um processo administrativo. A ideia do governo é informatizar todas as unidades básicas de saúde até o fim de 2018. Para isso, a pasta deverá repassar um recurso mensal suficiente para financiar 50% dos custos empresa fornecedora dos serviços.

De acordo com Barros, em locais onde a estrutura já foi montada, cerca de metade dos médicos pede demissão:

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— Eles têm vários trabalhos, não conseguem cumprir a jornada e acabam abandonando o serviço quando há maior controle.

O ministro afirmou que a média de comparecimento de médicos identificada até o momento é de 30%:

— Isso vai mudar com a biometria — completou.

A contrapartida dos municípios, disse, será indispensável, com o aumento dos salários pagos para os profissionais. A dificuldade em fazer com que o profissional cumpra a jornada de trabalho devida, afirma, vem acompanhada da sobrecarga de demanda em hospitais:

— Lá o paciente sabe que vai encontrar médico.

Barros informou que os municípios ficarão obrigados a repassar a informação sobre a produtividade dos profissionais para o ministério.