(Foto: NSC Total)

Agora que falar sobre Inteligência Artificial não parece mais coisa de ficção científica, fica mais fácil entender porque ela se torna cada vez mais bem-vinda na saúde, não apenas no tratamento do paciente, mas também na gestão da assistência. Composta por um conjunto de tecnologias avançadas e inovadoras, a IA une a máquina e o homem num binômio de potencialidades cada vez maiores, que incluem ajudar a diagnosticar doenças, promover formas de tratamentos com amplas respostas, prevenir erros humanos, dar maior precisão cirúrgica, gerenciar recursos humanos e financeiros nos serviços de saúde, reduzir custos e aumentar a qualidade do cuidado com o paciente.

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Dando novos passos, a Inteligência Artificial também ganha espaço na prevenção de infecções hospitalares, responsável por milhares de mortes a cada ano, envolvendo um custo astronômico para a saúde do mundo todo. Com o uso da tecnologia combinada com a conscientização de cuidados por parte das equipes hospitalares, mais rapidamente as infecções são identificadas e tratadas, evitando mortes e sequelas. Tudo porque a IA combina os sinais de saúde, como procedimentos, uso de antibióticos e outros, para identificar os efeitos complexos de interação de um paciente internado.    

Sistemas de inteligência artificial ainda têm sido de grande valor para a acreditação dos estabelecimentos de saúde junto a programas de excelência na segurança e na qualidade do atendimento. Esses programas costumam submeter hospitais a um longo e rigoroso processo de avaliação para a concessão de um selo que reconhece o compromisso com práticas que se traduzem em credibilidade aos pacientes e aos compradores de serviços. Hoje, usando algoritmos, a IA já lê as informações dos pacientes e emite alertas para a equipe assistencial, com o objetivo de sinalizar os riscos clínicos.

No Brasil, muitas conquistas também vêm sendo registradas pela IA. Apenas para citar uma delas, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, existe um Centro de Controle Operacional movido à inteligência artificial que permite fazer uma previsão do que vai acontecer com a pessoa que está sendo atendida. Ou seja, quando o paciente chega, o sistema consegue calcular a chance dele ser internado, apenas com os dados coletados no primeiro atendimento, como pulso e pressão. Além disso, as atividades do hospital e os pacientes são monitoradas 24 horas por dia, em tempo real.

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Por todas essas razões e muito mais que está vindo por aí, os investimentos em IA na saúde estão prestes a passar de US$ 600 milhões em 2014 para US$ 6,6 bilhões em 2021. O dado é do relatório da Accenture Interactive, considerada a maior agência digital do mundo, conforme o estudo “Agency Report 2019”. Esse mesmo relatório prevê que a Inteligência Artificial pode ser responsável por uma economia de US$150 bi até 2026, somente na saúde americana. No Brasil, em 2019, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), a adoção de tecnologias como inteligência artificial e algoritmos deve crescer entre 5% e 7%.

*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM

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