A saúde pública de Santa Catarina está na UTI. Respira, ainda, por aparelhos. A queda de arrecadação afeta todos os setores. A determinação no Estado é um corte de R$200 milhões na área em 2016. Não há mágica.
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É claro que o pobre do paciente será prejudicado com a falta do serviço prestado. Já está assim. A suspensão de atendimento para novos pacientes no Cepon é um atentado à vida humana. Significa dizer que é proibido pegar câncer em Santa Catarina. Como não há recursos, a meta é garantir o atendimento àqueles que já começaram tratamento. O serviço do Cepon é de excelência, formado por técnicos e médicos atenciosos e competentes.
Vale o mesmo para a rede pública estadual. Raramente, o paciente reclama do atendimento que recebeu, ele reclama é que não consegue ser atendido. A espera por uma cirurgia eletiva é uma eternidade. Médicos lamentam que não conseguem operar por uma série de motivos: equipamentos de diagnóstico quebrados, sala de cirurgia não liberada, falta de materiais.
A falta de planejamento é algo inimaginável. Como pode haver superlotação no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, e no Regional, em São José e, ao mesmo tempo, leitos fechados no Hospital Universitário e no folclórico hospital de Biguaçu por falta de pessoal?
É verdade, também, que o Estado é vítima da própria eficiência. Mudou o método de remuneração dos médicos, que passaram a ganhar por produtividade. Aumentou o ritmo de cirurgias. Agora, por mais irônico que possa parecer, o governo não consegue pagar a conta. Foi preciso reduzir o ritmo pra chegar ao fim do mês e conseguir pagar salários. Os recursos do Fundo da Saúde vão dar uma aliviada no caixa. Mas, de fato, só vai resolver com a retomada do crescimento econômico. O lado bom é que vários indicadores, não todos, apontam que já parou de piorar. Será?
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