O Ministério da Saúde negou, em manifestação ao NSC Total, que tenha ocorrido invasão ao Conecte SUS por ocasião da investigação da Polícia Federal (PF) que identificou fraude nos dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a pasta, todos os registros inseridos em seu sistema são rastreáveis e feitos mediante cadastro, ou seja, por profissionais da saúde autorizados para isso.

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“Não há relato de invasão externa (sem cadastro) ao sistema do Ministério da Saúde, que mantém rotina para a sua segurança e regularmente passa por auditoria”, comunicou a pasta, acrescentando ainda que colabora com a apuração da PF e mantém conduta alinhada à Controladoria-Geral da União (CGU),

A declaração do ministério vai ao encontro do que mostra reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira (3), dia em que Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão e em que foram presos seis aliados do ex-presidente — os ex-ajudantes de ordens Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, os seguranças Max Guilherme e Sergio Cordeiro, o candidato a deputado estadual Ailton Moraes Barros (PL-RJ), e João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo em Duque de Caxias (RJ).

A publicação aponta que uma servidora da prefeitura de Duque de Caxias, reduto político bolsonarista, teria excluído, em 27 de dezembro do ano passado, dados do ex-presidente e de quatro pessoas próximas a ele (a filha Laura, o assessor Mauro Cid e dois familiares desse aliado) adicionados dias antes ao sistema de vacinação, para que pudessem ser emitidos certificados de imunização, que viabilizariam uma viagem do grupo aos Estados Unidos.

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A prefeitura de Duque de Caixas disse que não iria se manifesta sobre o caso. Já a defesa da servidora afirmou, também à Folha, não ter tido acesso aos autos do processo e que, por ele correr em sigilio, não se manifestaria.

Após a investigação vir à tona, Bolsonaro afirmou não ter tomado a vacina e que não teve cartão de imunização exigido para entrada nos Estados Unidos. O ex-presidente ainda se negou a depor à PF, mesmo tendo sido intimado para isso, afirmando não ter relação com a fraude.

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