A ambulancioterapia está novamente na mira dos gestores da saúde em Santa Catarina. Obras de ampliações de hospitais em andamento e algumas já entregues planejam minimizar o histórico problema da locomoção de pacientes pelo Estado em busca de atendimento em grandes centros, especialmente em Florianópolis.
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Estão incluídas nessa missão 13 obras pelo Estado: o Hospital Universitário (Blumenau), Hospital Florianópolis, Hospital Nossa Senhora da Graça (São Francisco do Sul), Hospital São José (Criciúma), Hospital São Paulo (Xanxerê), Hospital Regional (Chapecó), Hospital do Câncer (Florianópolis), Hospital Santa Terezinha (Braço do Norte), Hospital Universitário Santa Terezinha (Joaçaba), Hospital Marieta Konder Bornhausen (Itajaí), Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (Joinville) e Hospital e Maternidade Tereza Ramos (Lages).
– Temos forte interesse em acabar com as ambulancioterapias. Já se vem trabalhando há muito tempo em cima disso, porém nós não conseguimos acabar – diz a secretária de Estado da Saúde, Tânia Eberhardt.
Proposta é evitar a busca por serviços em outra região
A estratégia do governo é intensificar o trabalho nas regiões para que os pacientes não precisem se deslocar para a Grande Florianópolis em busca de alguns serviços.
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Um mapeamento regional das principais demandas está sendo feito pela secretaria. De acordo com o Pacto da Saúde, as principais obras são a construção de uma nova torre com 92 leitos no Hospital Tereza Ramos, de Lages, ampliações do Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, e do Hospital Regional do Oeste, de Chapecó. Juntas, elas alcançam investimentos de R$ 130,2 milhões.
Policlínicas são apostas do sistema
A outra aposta para a descentralização dos serviços é a construção de policlínicas em oito cidades, com atendimento em 16 especialidades médicas – para as quais estão previstos R$ 78 milhões. As cidades escolhidas são Araranguá, Caçador, Içara, Itapema, Joinville, Mafra, São Miguel do Oeste e Tubarão.
– O papel é fazer a média complexidade dentro das macrorregiões para que a gente possa tirar as pessoas de Florianópolis, Joinville e Blumenau e levar para o interior. – esclarece Tânia Eberhardt.
Ela ainda acrescenta que há dificuldades para o começo das obras, como a escolha dos terrenos, dependência da documentação dos municípios e até a dificuldade em achar empresas interessadas nos processos de licitação para a realização das obras.
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Promotora defende melhor gerenciamento
Para a promotora Sonia Maria Demeda Groisman Piardi, que atua na área da Saúde em Florianópolis, é possível diminuir a ambulancioterapia com gestão municipal mais profissionalizada.
Ela cita triagens mal feitas em pacientes no interior que acabam sendo levados aos grandes centros para procedimentos simples, como o de fimose, por exemplo.
Em relação às obras, a promotora defende melhor gerenciamento sobre a cobrança de prazos previstos nos contratos.
– Diria que é preciso ver se vale a pena investir em hospitais não públicos ao invés de construir unidades de saúde novas, como as UPAs. O ideal é o Estado fortalecer também os investimentos nos municípios, na atenção básica – avalia a promotora.
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Medidas para desafogar o sistema
Na Grande Florianópolis há expectativa de que a abertura do Hospital de Biguaçu desafogue o Regional de São José, que concentra reclamações de usuários pela demora do atendimento na emergência. O Hospital de Biguaçu receberá
R$ 1,4 milhões para a solução de uma das últimas necessidades de adequação exigidas pela Vigilância Sanitária.
Com a abertura do Hospital Florianópolis já houve, conforme a Secretaria da Saúde, diminuição de 10% a 20% da demanda do Regional. Outras expectativas para melhorar o atendimento no hospital de São José são a abertura das UPAs de Palhoça e do Continente.
Outros projetos para a Grande Florianópolis
A secretaria destaca que hoje apenas 12% do atendimento no pronto-socorro do Regional é feito em pacientes com casos de hospital, o restante apresenta problemas de menor complexidade que poderiam ser resolvidos em um posto de saúde.
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Ainda na Grande Florianópolis, estão previstos um convênio com o Hospital de Caridade no valor de R$ 3 milhões para a compra de equipamentos que proporcionem a abertura de 20 novos leitos e projeto para a construção de outros 30 leitos de UTI no Hospital Celso Ramos.
Levar para o interior as grandes UTIs ainda não é possível em razão da complexidade de funcionários e equipamentos, diz a Secretaria da Saúde.
Apesar disso, os números mostram que Santa Catarina tem conseguido reduzir, de 2007 para cá, a quantidade de internações hospitalares de 10% a 12% por doenças como asma, hipertensão e diabetes.
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