Profissões que têm como objetivo zelar pela saúde física e mental da população sempre estiveram no topo da lista de desejos dos futuros universitários. A população sempre soube da importância e dos desafios encarados diariamente por profissionais da área da saúde. Com a pandemia do coronavírus, isso ficou ainda mais claro, já que notícias envolvendo a saúde, a ciência e o papel e a importância desses profissionais surgem a todo momento.

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Um novo cidadão, mais consciente e mais preocupado com o cuidado com a sua própria saúde e a do próximo, parece estar surgindo. Nesse contexto, será necessária uma transformação nas profissões? Quais serão as necessidades desses profissionais a partir de agora? A valorização da saúde continuará no mundo pós-pandemia? Os especialistas da Unisul contam suas vivências e expectativas em relação a esse tema.

As exigências e a valorização dos profissionais

O cuidado com a saúde começa por ações individuais e a tendência é que as pessoas continuem seguindo medidas de segurança no futuro, como o uso de máscara, mudança no comportamento diante de sintomas de resfriado e mais cautela nos contatos pessoais. O mundo precisará mudar de forma permanente, porque outras pandemias podem surgir no futuro, por isso, nos consultórios, clínicas e hospitais as medidas de segurança também devem permanecer.

— Temos que perpetuar o que vem sendo realizado nos atendimentos durante a pandemia: triagens detalhadas, intervalo maior entre os atendimentos para promover a desinfecção das áreas e evitar a aglomeração de pessoas nas salas de espera, reduzir o número de atendimentos por hora, reforçar os protocolos para evitar doenças infectocontagiosas, entre outros elementos — cita a Coordenadora dos cursos de Odontologia e Educação Física da Unisul, Inês Alessandra Xavier Lima.

Está claro que a pandemia trouxe a necessidade de reestruturação da forma como os pacientes são atendidos.

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— Os métodos digitais e a inserção dos acadêmicos no cenário da pandemia trouxeram a garantia de uma reestruturação e uma nova visão dos atendimentos, capacitando os alunos, em vez de deixá-los estagnados com a paralisação global — afirma o Coordenador do curso de Medicina da Unisul, Rodrigo Dias Nunes.

O desafio da ciência e das pesquisas

Além do desafio nos atendimentos, a ciência e a pesquisa biomédica serão os principais agentes da transformação na área da saúde, que, assim como em todas as áreas do conhecimento, começa na universidade.

— O curso de Biomedicina precisará fazer uma integração entre as disciplinas de bacteriologia, micologia, virologia, imunologia, epidemiologia e saúde pública, ampliar a discussão de casos clínicos e instigar os alunos na discussão de metodologias de diagnóstico atuais e futuras — explica a Coordenadora dos cursos de Biomedicina, Farmácia, Fisioterapia e Estética e Cosmética da Unisul, Fabiana de Medeiros.

Essa expectativa de Fabiana demonstra que os novos profissionais precisarão avaliar as situações de forma mais ampla, interpretando suas correlações com base na ciência, sem perder o foco no paciente.

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— Vejo que a tecnologia na saúde será uma exigência cada vez mais forte, mas vejo, também, que essa tecnologia deverá ser carregada de conhecimento científico e humanização, ou seja, nosso aluno deve estar preparado para trabalhar com as tecnologias sem perder a parte humana na conexão com o paciente — destaca Fabiana.

O humano por trás do diploma: empatia e saúde mental

Enxergar o outro como um ser humano não será uma necessidade exigida apenas dos profissionais da saúde: eles também tendem a ser vistos com mais empatia.

— A população deve lembrar que o médico é um ser humano como outro qualquer, que vive as incertezas e inseguranças de suas decisões. Mesmo que tudo seja feito da melhor maneira possível, que todos os protocolos sejam seguidos e que se tenha em mãos os melhores equipamentos e insumos, as intercorrências acontecerão, pois são inerentes à máquina chamada corpo humano. A pandemia mostrou que, por mais eficazes que sejam as condutas, que por melhores que sejam os medicamentos, a imprevisibilidade de um desfecho faz parte da arte de curar. Espero que com o aumento da responsabilidade que é imputada ao médico, venha também o aumento da capacidade das pessoas compreenderem que o melhor sempre será feito — complementa Rodrigo Dias Nunes.

Outro tema que ganhou destaque com a pandemia, principalmente por causa do isolamento, foi a saúde mental, que também pode ser afetada pelas questões da empatia e do reconhecimento do papel do outro.

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— Os desafios no mundo pós-pandemia serão respeitar os sujeitos na sua singularidade, estabelecer uma escuta que acolha seus sofrimentos e os capacite para estabelecerem laços sociais mais satisfatórios. As psicólogas e os psicólogos são profissionais que têm na relação entre as pessoas, ao mesmo tempo, o objeto e a ferramenta para sua atuação. O curso de Psicologia deve formar um profissional ético, comprometido e que dedique suas ações à construção de uma sociedade democrática, promovendo a qualidade de vida de indivíduos, grupos, organizações e comunidades — explica o professor do curso de Psicologia da Unisul, Paulo Roberto Sandrini.

Uma nova era está começando, com mais autocuidado, entendimento dos serviços e processos de saúde e reconhecimento dos profissionais que atuam nessa área como seres humanos, que erram, acertam e vivem em constante aprendizado e evolução. Pacientes valorizando seus médicos, médicos valorizando seus pacientes: a humanização precisa ser o foco nas salas de aula e nos consultórios.

Para ler mais sobre o que esperar do futuro, acesse o canal Mundo Pós-Pandemia e informe-se.