
O mundo enfrenta uma de suas mais complexas e amplas transformações, com a tecnologia incorporada ao cotidiano de pessoas nos quatro cantos do planeta. Como forma de dar nome a esse momento de grandes mudanças e evolução, a segunda década dos anos 2000 passou a ser chamada de 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0.
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Na saúde, são imensos e sem precedentes os reflexos dessa revolução em andamento, com a incorporação veloz de inovações que mudam a relação do médico e do paciente, da mesma forma que alteram as atividades de hospitais, clínicas e estabelecimentos diversos de assistência à saúde.
A cada dia aumenta o conjunto de tecnologias anunciadas no setor, como robótica, inteligência artificial, realidade aumentada, big data, nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e a internet das coisas, entre tantas outras. Dispositivos conectam equipamentos, médicos e outros profissionais, pacientes e serviços à sua disposição.
Diagnósticos de doenças e cirurgias médicas estão cada vez mais precisos, enquanto máquinas interligadas digitalmente conversam e trocam comandos entre si, organizam o envio de material biológico para o equipamento correto e geram resultados mais eficientes e em tempo cada vez mais curto.
Evidentemente que tudo isso faz crescer o chamado mercado da saúde, que cada vez mais se torna fonte de desenvolvimento e de renda no país. Demonstração maior do crescimento do potencial da saúde também na economia está nos dados do Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, divulgado no dia 1º de novembro pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
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Em sua primeira edição, o documento revela que os empregos formais na cadeia produtiva da saúde, englobando os setores público e privado, somaram 5,1 milhões no último mês de agosto, o que constitui uma marca inédita no país. De acordo com o relatório, o número de postos de trabalho no setor aumentou 3,4% entre agosto de 2018 e igual mês deste ano, resultando em 3,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada na iniciativa privada e 1,5 milhão de estatutários na saúde pública.
Segundo avaliação dos analistas executivos do IESS, o tamanho do emprego na saúde evidencia a importância que o sistema tem na economia brasileira. Hoje, o setor responde por 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB, que envolve todos os bens e serviços produzidos no país) e 11,6% da força de trabalho no Brasil. Assim, mesmo quando o país inteiro perdeu empregos e está com 12 milhões de desempregados, e também a saúde suplementar perdeu beneficiários, o investimento na saúde permaneceu.
Números de tamanha expressão precisam ser assunto de reflexão e utilizados para tomadas de decisões de gestores públicos ou privados, servindo de norte para o planejamento da saúde.
*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM
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