A ingestão diária de suplementos equilibrados de gorduras, glicídios, proteínas, vitaminas e minerais pelas mulheres grávidas faz com que os bebês nasçam com mais peso e cresçam mais durante os três primeiros anos de vida.
Continua depois da publicidade
Os macronutrientes e os micronutrientes são essenciais para o futuro da criança, sobretudo quando ela está sendo gerada no útero. Para funcionar adequadamente, o organismo precisa de um fornecimento constante desses “ingredientes”. A maior parte deles é usada na geração da energia, que permite ficarmos vivos e desenvolver nossa atividade, da mesma forma que ocorre com um motor.
Glicídios, gorduras e proteínas são essenciais, enquanto as vitaminas e minerais são os micronutrientes básicos. Há outros, também necessários, os plásticos, cuja função não é primariamente energética, pois se trata de materiais que utilizamos para ir “construindo” nosso próprio corpo e permitir a criação das células que constituem órgãos e tecidos.
É preciso também levar em conta a existência de um nutriente inorgânico especial: a água. Ela não fornece energia mas faz parte de nossos tecidos em maior proporção que qualquer outro material e serve de veículo de eliminação de nossos resíduos.
::: Crianças maiores
Continua depois da publicidade
Para ilustrar a importância dessas substâncias no desenvolvimento de uma pessoa, a revista científica britânica The Lancet publicou um estudo que reforça a ideia de que, se a má nutrição de uma mulher grávida for combatida com a ingestão de preparados com nutrientes essenciais, as crianças nascem maiores e mais pesadas.
A pesquisa partiu do experimento que consistia em dar a cerca de 1,2 mil mulheres nepalesas ácido fólico e ferro e um suplemento de 15 vitaminas e minerais nos dois últimos trimestres da gravidez. Os filhos das mulheres que ingeriram o complexo vitamínico pesaram, ao nascer, uma média de 77 gramas a mais que os das que tomaram somente os minerais.
A descoberta dessa pesquisa foi que os efeitos dos nutrientes ingeridos pela mãe persistem desde o desenvolvimento do feto até o terceiro ano de vida.
::: De olho no sal
Federico J. Soriguer, chefe de Endocrinologia e Nutrição do Hospital Universitário Carlos Haja de Málaga, na Espanha, adverte que a carência de iodo na gravidez também aumenta as probabilidades de morte da mãe, aborto espontâneo e mortalidade fetal tardia. A substância é um nutriente necessário para o funcionamento adequado da glândula tireoide que regula o crescimento e o metabolismo.
Continua depois da publicidade
Existem três tipos de sal: comum, marinho e iodado. Este último, fácil de encontrar em lojas e shoppings por poucos centavos a mais que os outros, é obtido graças a uma simples manipulação industrial. Entre os principais alimentos ricos em iodo estão o leite, integral ou desnatado – por isso, uma pessoa que toma um litro de leite por dia satisfaz as necessidades desse mineral, segundo o endocrinólogo.
::: Consumo de marisco
Outro estudo, surgido em fevereiro de 2007, na revista The Lancet, defendia o consumo de quantidades significativas de marisco durante a gravidez para beneficiar o desenvolvimento neurológico da criança.
O marisco é uma fonte importante de ácidos graxos ômega-3, que são essenciais para o ótimo desenvolvimento neuronal do feto. Mas, nos EUA, se recomenda às grávidas reduzir seu consumo para 340 gramas por semana, para evitar a exposição ao metilmercúrio, um produto químico que se encontra em alguns peixes e crustáceos procedentes de águas poluídas.