Um satélite espião soviético entrou novamente na atmosfera após 39 anos em órbita e foi flagrado por uma estação de monitoramento de Monte Castelo, no Planalto Norte de Santa Catarina (veja vídeo abaixo). O registro aconteceu por volta das 21 horas da última segunda-feira (3).
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Em entrevista ao g1, o astrônomo amador e membro da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), Jocimar Justino, explicou que o lixo espacial observado por duas câmeras da estação de Monte Castelo trata-se do Cosmos 1437.
O satélite foi lançado em 20 de janeiro de 1983 pela então União Soviética. A órbita já vinha se deteriorando há algum tempo e a reentrada na atmosfera era prevista para ocorrer na noite de segunda-feira.
– O planeta Terra tem diversos satélites desativados e foguetes que estão orbitando. Às vezes, esses lixos espaciais vão perdendo altitude e acabam entrando no planeta. Devido a velocidade, acontece essa queima na atmosfera – explicou ao g1.
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Além da estação de monitoramento de Monte Castelo, o satélite também foi flagrado nas cidades catarinenses de Tangará e Monte Carlo. Houve registros ainda no Paraná e Rio Grande do Sul.
De acordo com a Bramon, a reentrada do objeto não representou nenhum risco para a população em solo. Grande parte do material foi vaporizado durante a passagem atmosférica e os detritos, provavelmente, caíram no Oceano Atlântico.
11 mil objetos ao redor da Terra
Em entrevista à CBN Diário, o astrônomo Adolfo Stotz Neto contou que existem aproximadamente 11 mil objetos chamados de “lixo espacial” ao redor da Terra. Com o tempo, eles perdem velocidade e entram novamente na atmosfera.
– É um mar de objetos, peças em desuso, todas produzida pelo ser humano – comentou.
Segundo o especialista, todas as noites cerca de 50 toneladas de pedras entram na atmosfera, mas nem todas caem no solo – aproximadamente 75% acabam caindo nos oceanos.
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Stotz explica que os satélites espiões – da antiga União Soviética e dos Estados Unidos – começaram a cair na atmosfera porque chegaram ao fim da vida útil por falta de manutenção. Porém, eles se costumam se destroir no ar e não chegam a encostar no chão.
– Quando existe o fenômeno luminoso forte é porque ele está estraçalhando, pegando fogo, se extinguindo. Se o fenômeno luminoso vem até o chão, é sinal de que sobrou alguma coisa – explicou.
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