O primeiro satélite desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será lançado ao espaço na madrugada de 17 de dezembro. A jornada será a bordo do foguete Longa Marcha-4, à 0h21min (horário de Brasília), partindo do Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na China.

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O Floripasat-1 foi desenvolvido por alunos de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Engenharia Elétrica, Automação e Mecânica. O equipamento é considerado uma miniatura de satélite (nanossatélite), composto por múltiplas unidades cúbicas de 10 centímetros. O peso é de 1,3 quilo por unidade.

O projeto é idealizado pelo grupo Floripasat e coordenado pelo professor Eduardo Augusto Bezerra. A vida útil do projeto é estimada em dois anos e busca “envolver estudantes em uma missão espacial completa, desenvolvendo todos os módulos de um nanossatélite e a própria estação terrestre de comunicação”, segundo o grupo.

Entre os objetivos do Floripasat-1 estão ainda a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia para a área espacial, a capacitação para tecnologias espaciais por meio da integração de alunos de graduação, pós-graduação e professores e o fortalecimento do Estado como um polo na área espacial.

O satélite da UFSC foi construído em parceria com o programa Uniespaço da Agência Espacial Brasileira (AEB). No último mês de outubro, membros do laboratório de engenharia da universidade catarinense, o SpaceLab, estiveram no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) para testes com o satélite.

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Retransmissão e tolerância a radiação

Uma das funcionalidades do satélite desenvolvido na UFSC é o fato de poder funcionar como retransmissora de rádio amador. A função pode ser útil para poder permitir contato de pessoas em áreas isoladas ou que tenham perdido sinal de telefonia celular, em caso de catástrofes climáticas, por exemplo.

Mas as principais atribuições do Floripasat-1 vão responder ao mundo científico. Uma das novidades é o fato de que o nanossatélite da UFSC é que ele levará a bordo o protótipo de uma placa com componente tolerante à radiação. Equipamentos com essa característica não costumam fazer parte de criações brasileiras da área espacial porque o país não pode adquirir esses produtos dos Estados Unidos, principal produtor.

O professor Eduardo Bezerra explica que o trabalho pode ajudar o Estado a ocupar um espaço importante nesta área científica.

— Hoje São José dos Campos (SP) é o principal centro de pesquisa da área espacial, é onde fica o Inpe, a Embraer. O projeto pode ajudar Santa Catarina a também ser um polo nessa área espacial. A ideia é trazer um pouco dessa indústria, diversificar e fortalecer o trabalho por aqui — conta o professor, que lista outras ações como a criação de um curso de Engenharia Aeroespacial na UFSC como medidas que também podem ajudar o Estado a construir esse caminho.

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Junto à mais recente criação da UFSC, será lançado também o satélite sino-brasileiro de recursos terrestres, o CBERS-4ª. Ele é o sexto satélite de uma parceria entre Brasil e China que já dura 30 anos e que fornece imagens para monitoramento do clima, questões ambientais, desastres, expansão das cidades e outras áreas do território brasileiro.

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