Em reunião na tarde desta terça-feira, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiram criar uma CPI mista para investigar as relações entre o empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com parlamentares.

Continua depois da publicidade

Ainda hoje Sarney começará a conversar com os líderes dos partidos no Senado sobre o assunto e Marco Maia fará o mesmo na Câmara. Ficou decidido que será construído um texto conjunto que valerá tanto na Câmara como no Senado para tratar do tema.

– Não há necessidade de ter uma CPI lá e outra cá, pois uma CPI mista é que terá condições de investigar as ligações de Cachoeira com parlamentares, Executivo, Judiciário e parte da imprensa – disse.

Maia afirmou que a CPI de Cachoeira deve ser instalada no início da próxima semana, depois que seja feita a coleta de assinaturas dos parlamentares. É preciso obter, no mínimo, 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Questionado se não teme que as investigações cheguem ao governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, Maia afirmou:

Continua depois da publicidade

– Quem estava na lista de contatos deve estar muito preocupado. Mas a pessoa sabia do risco que corria.

Também nesta terça o colégio de líderes da Câmara, que reúne todos os partidos na Casa, havia decidido pela instalação da CPI para investigar o envolvimento de políticos com Cachoeira, preso na operação Monte Carlo da Polícia Federal (PF).

Os líderes concordaram com Maia de que o melhor caminho seria uma CPI mista, com deputados e senadores, para facilitar o trabalho e evitar disputas entre as duas comissões.

– Há uma rara unanimidade aqui – afirmou o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), após a reunião.

Continua depois da publicidade

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), defendeu pressa para a criação da CPI. Ele disse que a instalação tem de ocorrer logo para evitar que o calendário dos trabalhos da comissão atinja o período eleitoral.