Biscoitos, fraldas, botijões de gás: em um supermercado com os vidros quebrados, homens e mulheres enchem sacolas com tudo que encontram pela frente e afirmam que saquear é a única opção, pois a ajuda não chega à cidade indonésia de Palu, devastada por um terremoto.

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“Não recebemos ajuda, precisamos comer. Não temos outra opção para comer”, afirmou um morador da cidade durante um saque.

“As lojas estão fechadas e os mercados vazios”, disse Eddy, 33 anos. “Assim, temos que saquear uma loja depois da outra”.

As autoridades indonésias anunciaram que não pretendem punir os saqueadores e que os proprietários de estabelecimentos comerciais serão compensados.

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“Solicitamos (aos distribuidores) Alfamart e Indomaret que deixem que as pessoas peguem os produtos. Devem registrar tudo e nós pagaremos, não será um saque”, afirmou o ministro do Interior, Tjahjo Kumolo, em um comunicado.

Dois dias depois do terremoto de 7,5 graus de magnitude, seguido de um tsunami que atingiu a ilha de Célebes e provocou pelo menos 832 mortes, falta de tudo na cidade: comida, água e combustível. E centenas de pessoas invadem supermercados e postos de gasolina.

“É uma crise. Não há alimentos, não há nada”, afirma um morador desesperado. “Precisamos desesperadamente de algo para comer e de água”.

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De repente, dentro de um mercado, as pessoas sentem dois tremores secundários. Muitos gritam pelo temor de um novo terremoto – várias pessoas dormiram na rua pelo temor de novos abalos.

Mas após o momento de angústia, mais pessoas entram no mercado.

“A situação nos força a fazer isto, precisamos de tudo”, explica um adolescente, ao lado de outros jovens. “Pegamos tudo o que conseguimos, não podemos nem cozinhar, por este motivo saqueamos”.

A ajuda chega de modo lento à ilha de Célebes, que fica no centro do arquipélago indonésio.

As autoridades estão transportando cozinhas móveis com capacidade de proporcionar 36.000 refeições diárias. Também prometeram milhares de colchões, cobertores e pacotes de macarrão instantâneo.

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Mas para os moradores os mantimentos demoram a chegar.

Alguns policiais, posicionados diante do mercado, observam o saque, mas ante a situação caótica nem tentam intervir.

Em um posto de gasolina, um grupo tenta retirar o combustível de um estoque subterrâneo.

“Apenas um posto de gasolina está funcionando, as pessoas estão desesperadas”, afirma à AFP Ray Pratama, um fotógrafo local, que não participa no saque.

As pessoas enchem garrafas, latas e até panelas com o combustível.

“Se o preço for razoável, tudo bem, mas aumentaram muito os preços dos produtos essenciais”, declara uma moradora indignada.

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* AFP