Três cientistas ligados ao Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, uma organização não governamental (ONG) com sede em Curitiba, descobriram uma nova espécie de anfíbio na serra do Quiriri, entre os municípios de Garuva e Campo Alegre, no Norte de Santa Catarina.
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O sapo, que tem menos de um centímetro, vive exclusivamente na região e foi chamado pelos biólogos de Brachycephalus quiririensis. A primeira coleta do pequeno anfíbio, do tamanho da unha do polegar de um homem, foi feita em 2011, em Campo Alegre.
No começo deste ano, outros exemplares foram coletados e um estudo foi publicado na revista PeerJ, periódico científico de língua inglesa com informações do mundo todo sobre ciências médicas e biológicas.
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– Esses pequenos sapos só existem no topo de montanhas. Desde que começamos o estudo, já encontramos oito espécies na serra da divisa do Paraná com SC – disse Luis Fernando Ribeiro, um dos três biólogos do estudo Riqueza, Ecologia Molecular e Conservação de Melanophryniscus da Floresta Atlântica do Sul do Brasil.
Descoberta tem o tamanho da unha do polegar de um homem. Foto: Reprodução
O estudo é, na prática, uma verdadeira garimpagem de pequenos anfíbios que são coletados, catalogados e estudados exaustivamente pelos biólogos Marcio Pie, Luiz Fernando Ribeiro e Marcos Bornschein.
A pesquisa também busca verificar a diversidade de espécies de anfíbios que vivem em montanhas, desde o Sul de São Paulo até o Norte catarinense. O trabalho é financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e terá pelo menos mais três anos de coleta e estudo dos animais.
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Segundo Luis Fernando, o sapinho do Quiriri precisa de uma série de fatores para se manter vivo: um ambiente frio e úmido, cursos de água e cobertura florestal densa.
– É uma espécie bastante sensível por causa dessas condições e pode já estar ameaçada de extinção – explica.
Os anfíbios de forma geral (sapos, pererecas e rãs) são considerados bioindicadores, isto é, sentem com mais facilidade as alterações ambientais, alerta Luis Fernando, e, por isso, a ausência deles indica que o ecossistema não está equilibrado.
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