Goleiro é sofredor por natureza. Mas o fardo de Fernando Prass, hoje, é mais pesado do que o de Rogério Ceni. A visão que ambos têm de seus times explicam a vitória do São Paulo no clássico contra o Palmeiras, neste domingo, no Morumbi, por 2 a 0, com gols de Luis Fabiano e Rafael Toloi.

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A começar pelo centroavante, de quem se espera sempre que seja a arma mais letal do time. E são, de fato. Mas existe uma diferença colossal entre Luis Fabiano e Henrique, artilheiros dos rivais no ano, com agora 20, e 17 gols, respectivamente. O 9 do São Paulo decidiu o jogo, garantindo o resultado que mantém o time vivo na briga pelo título do Campeonato Brasileiro, com quatro pontos a menos do que o Cruzeiro e um jogo a mais.

O tricolor paulista mantém o tabu de não perder para o rival em sua casa há 21 jogos, desde 2002. Além do gol em ótimo cruzamento de Hudson, replay do que foi feito contra o Inter, o Fabuloso mostrou a Prass o que é sofrer, o obrigando a se esticar todo para defender sua cabeçada no primeiro tempo. O goleiro ainda passou vergonha ao reclamar com o árbitro por não ter aplicado cartão ao atacante por ter desistido de tirar a camisa na comemoração.

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O fardo de Rogério Ceni é menor porque há muita qualidade técnica no São Paulo, enquanto falta ao Palmeiras. Enquanto Ganso, Kaká, Alan Kardec, Luis Fabiano e Michel Bastos tabelavam com beleza, Wesley, Felipe Menezes, Diogo e Henrique transformavam a armação de jogadas em um parto. Haja paciência da incansável torcida palmeirense presente no estádio.

Na única chance em que Ceni precisou intervir, ele mostrou porque já há nova corrente contrária a sua aposentadoria. Com a ponta do pé direito, interceptou a cabeçada de Henrique, evitando o empate.

O fardo de Prass é maior porque seu time se defende mal. São 51 gols sofridos no campeonato. Ironicamente, o último em dobradinha da defesa do rival. Da cabeça de Edson Silva para o pé direito de Toloi, o gol brindou a volta da melhor dupla de zaga do São Paulo.

*LANCEPRESS