A cada dia, a cada jogo, o São Paulo ganha mais contornos da cara de seu treinador, o argentino Edgardo Bauza. Não foi diferente nesta quarta-feira, no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores, contra o Toluca, no México. Com a vantagem de 4 a 0 feita no duelo de ida, o Tricolor de Bauza se preocupou mais em defender e levou sustos e mais sustos. No entanto, no fim entregou aquilo que pede seu comandante: no caso, a classificação, mesmo com a derrota de 3 a 1.

Continua depois da publicidade

O São Paulo de Bauza segue sem vencer um só jogo fora de casa, mas pode recorrer ao lema de seu técnico em defesa. Assim diz o argentino: “A partir de agora, não me importa jogar bem, me importa vencer”. O São Paulo não jogou bem. Longe disso. O São Paulo construiu a vaga no jogo de ida. O São Paulo “venceu”. Vamos às quartas: o adversário será definido ainda esta noite, no duelo entre Atlético-MG e Racing, em Belo Horizonte.

Leia mais:

Pedro Ernesto Denardin: Grêmio precisa ter 11 heróis em campo contra o Rosario

Rosario x Grêmio: tudo o que você precisa saber para acompanhar a partida

Continua depois da publicidade

Diogo Olivier: a pergunta de todos os gremistas antes da batalha de Rosario

Assim como foi na altitude de La Paz, diante do The Strongest, Bauza repetiu a estratégia de deixar Ganso no banco e armou seu time no 4-1-4-1. Na maioria do tempo, foi possível ver os dez no campo de defesa, até Calleri. É algo que agrada seu treinador, fã do futebol praticado atualmente pelo Atlético de Madrid do também argentino Simeone, finalista da Liga dos Campeões da Europa. O problema é que as coisas não saíram exatamente como se planejara.

O Toluca, óbvio, foi para cima e encontrou espaços onde não deveria. A bola rondou a área do São Paulo. E o gol saiu de uma desatenção geral. O time mexicano cobrou uma falta rápida e pegou a defesa são-paulina toda desatenta, ao passo em que a bola foi morrer na cabeça de Uribe: sozinho, só empurrou para as redes.

O gol poderia culminar em uma mudança de postura do São Paulo, mas o time joga como seu técnico quer. O São Paulo não foi à frente. Seguiu cauteloso. Tomou sufoco e o torcedor certamente implorou por Ganso. Bauza não colocou e foi para o intervalo com a vantagem de poder levar dois gols que ainda assim estaria na próxima fase.

Voltou com Ganso, certo? Nada disso. Bauza tem convicção, certa ou não. E logo no início do segundo tempo o Tricolor matou o confronto de vez. Michel Bastos, que poderia ter saído para a entrada do camisa 10, dada suas falhas na marcação, escapou pela esquerda e chutou cruzado: 1 a 1. O ponto negativo: no lance do gol, Michel sentiu a posterior da coxa esquerda e teve de ser substituído. Centurión entrou.

Continua depois da publicidade

A partir daí, o jogo ficou ainda mais amistoso pelo placar, mas não pela ação dos atletas. O time de Bauza, mais enérgico, passou do ponto na emoção. Calleri, Kelvin e Centurión receberam amarelo rapidamente. Mais: no fim, Centurión cuspiu num adversário. Expulsão desnecessária. Logo ele, que ressurgiu no primeiro confronto com dois gols. Lamentável.

Antes, as bolas seguiram rondando a área do São Paulo e a equipe da casa ainda marcou com Triverio e, no fim, com Uribe. Desnecessário. A derrota por 3 a 1 não pode ser encarada como normal. Foram erros de marcação além da conta. Essa não é a cara de Bauza. Mas, não vencer fora de casa, é. Assim segue.

Os dois confrontos contra o Toluca apontam um Tricolor avassalador no Morumbi e deveras cauteloso fora de casa. Parece aquilo que seu treinador pede, fora os sustos. Na visão de Bauza, futebol é resultado. E nos 180 minutos o São Paulo foi bem superior. Se continuar assim…

*LANCEPRESS