Titular da Divisão Especializada de Combate a Narcóticos (Denarc) da Deic, em Florianópolis, o delegado Pedro Mendes concluiu a investigação sobre a conexão do tráfico entre SC e os Estados da fronteira.
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Abaixo as principais partes da entrevista:
O que a investigação apontou?
Começou em 2015 com investigação que apurava extensa quadrilha que fazia remessa de drogas para SC e com isso foram vários nomes, muitas pessoas já presas que faziam essa conexão Mato Grosso do Sul-Santa Catarina. São 21 pessoas indiciadas. Todas tiveram prisão preventiva decretada. As que estavam presas já cumprimos os mandados. Prendemos também outras em Porto Belo e Chapecó e ainda há três ou quatro soltas.
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Como avalia essa conexão de SC com os Estados?
A droga vem do Paraguai e entra pela fronteira do Mato Grosso do Sul. São os presos que fazem todo o elo de ligação. O cara do presídio conhece alguém do Paraguai e alguém de SC que vai fazer o transporte ou vai receber essa droga e da cadeia ele fica fazendo esse meio do campo. O cara que vai receber a droga não tem contato com o do Paraguai.
O grande tráfico de SC então na verdade está com os fornecedores de outros Estados?
É o que a gente vem focando. A nossa atuação fica um pouco mais limitada a SC. Agora, já no Paraná e Mato Grosso do Sul caberia mais as polícias desses estados fazerem a repressão. O problema é que dá um lucro muito grande e a gente prende dois, três hoje e amanhã já tem alguém para entrar nesse lugar de quem caiu. Não para. O crescimento das apreensões de maconha mostra isso.
O preso Nelson de Lima, o Setenta, está há muitos anos sendo apontado como responsável pelo tráfico…
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Exatamente, ele está agora no sistema penitenciário federal. O Setenta é fundador do PGC e faz essa fama por isso.
E a participação de Rodrigo Meirelles, o Doce?
O cara tem os contatos dele do Mato Grosso do Sul e aí fica fácil (negociar drogas).
Além das drogas, foram apurados outros crimes como assaltos a caixas eletrônicos e tráfico de armas?
Mais armas, porque hoje mais rentável que o tráfico de drogas é o tráfico de armas, Paraguai também, fronteira seca. É muito fácil passar. Por mais que é feita a repressão, a fronteira é muito grande.