Guilherme Batista, 28 anos, ficou quase um ano trabalhando como autônomo e fazendo bicos em diversas áreas. Passou por empresas de administração, depósito e construção civil. Os trabalhos eram temporários e não garantiam o pagamento das contas do mês seguinte. Há quatro meses ele foi contratado como auxiliar de vendas em uma empresa de ferramentas em São José, na Grande Florianópolis. A cidade está em terceiro lugar no ranking dos municípios de Santa Catarina que mais geraram emprego neste ano, atrás de Joinville (1º) e Blumenau (2º).

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Guilherme é uma das 46.672 pessoas contratadas de janeiro a novembro deste ano. No mesmo período, 43.488 empregados foram desligados dos postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho, e revelam saldo positivo de 3.184 novas vagas em São José.

— É a minha segunda experiência com vendas e é uma área que eu gosto. O salário é bom, o horário e o deslocamento de casa para o trabalho também me agradaram. Eu pretendo ficar e me especializar. No ano passado o mercado de trabalho estava muito complicado, às vezes pediam muita experiência para poucos benefícios. Agora eu sinto que está melhorando até pelos amigos que estão conseguindo emprego — comenta Guilherme.

O comércio fechou novembro com 211 novas contratações em São José. Até outubro o setor estava negativo, com 46 demissões. Junior Adilson Goulart, gerente da loja onde Guilherme trabalha, conta que 25 novas vagas, entre vendedores, auxiliares, operadores de caixa e logística, foram abertas. Muitas delas vão suprir a demanda com a abertura de uma filial, prevista para o início de 2018.

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Segundo ele, o comércio tem muita rotatividade e um dos fatores é o piso salarial, hoje em R$ 1.410.

— Percebemos que muita gente tem experiência em outras áreas e quer ser vendedor apenas porque precisa trabalhar, mas não tem afinidade e compromisso. Muitas vezes não ficam porque não estão preparadas para o comércio.

Na farmácia onde trabalha Marcelo Pinheiro, 40 anos, no bairro Campinas, o aumento nas vendas em 30% proporcionou a contratação de mais um funcionário no mês de novembro. De acordo com ele, durante o ano as vagas foram mantidas, não houve demissões, e a expectativa é que em 2018 mais uma pessoa seja contratada.

— No ramo de farmácia o movimento melhorou de outubro pra cá. Em junho e julho, quando é o nosso Natal, pois é a época que mais vende, foi fraco. O pessoal, se pudesse comprar só um comprimido, comprava. Agora o poder aquisitivo está melhor e as pessoas estão comprando mais — diz Pinheiro.

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Setores mais aquecidos

Apesar de o comércio ter melhorado, os setores que mais empregam em São José são o de serviço e o de construção civil. Em relação aos serviços foram abertas 1.503 novas vagas até novembro. Na construção civil, 1.010 pessoas tiveram a carteira assinada. A indústria de transformação vem em seguida, com 604 novas contratações, e o comércio com 211. Na ponta oposta, a agropecuária teve 118 demissões, a administração pública teve 22 e a extração mineral quatro desligamentos. Serviços industriais de utilidade pública não tiveram contratações no período.

Com estes números, São José fica em terceiro lugar entre as cidades catarinenses que mais geraram empregos de janeiro a novembro. O município também é o 4º com o maior Produto Interno Bruto (PIB). Esse resultado é reflexo da cidade ter uma das economias mais diversificada de Santa Catarina, segundo o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Waldemar Bornhausen.

De acordo com ele, a economia do município não é sazonal, ou seja, não sofre com as temporadas de inverno ou verão. Além disso, nos últimos quatro anos houve crescimento no número de empresas abertas na cidade.

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No setor da construção civil, Bornhausen comenta que a paralisação no processo do Plano Diretor em Florianópolis fez com que muitas construtoras procurassem São José para investir.

— A economia está crescendo e o pessoal começa a reformar a casa, a contratar trabalhadores da construção civil e isso gera empregos e movimenta a economia.

Para o comércio, o que ajuda a aquecer o setor, segundo Bornhausen, são as liquidações de inverno e verão, que fazem com que o dinheiro volte a circular nas lojas.

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Vagas e cursos

Quem procura emprego em São José pode ir até a agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Além de ficar de olho nas vagas, o Sine possui um programa de qualificação profissional. Thiago Chaves, diretor de Trabalho, Emprego e Renda do Governo do Estado de Santa Catarina, informa que a intenção é preparar o candidato para que possa montar seu currículo de forma adequada e como se portar durante uma entrevista de emprego. Para 2018, o Sine irá implantar mais um curso de qualificação para que o trabalhador aumente suas chances de ser contratado.

O Sine de São José fica na Avenida Presidente Nereu Ramos, no bairro Campinas. O telefone é o (48) 3665-7599. O atendimento volta ao normal no dia 8 de janeiro, das 7h30min às 13h.

Para o próximo ano, a prefeitura de São José deve lançar uma plataforma para quem quer divulgar e quem procura por vagas de emprego. O aplicativo está sendo desenvolvido por alunos e professores da Universidade de São José e será lançado em janeiro para teste.

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