As principais ruas de São Francisco do Sul foram invadidas por um exército de voluntários para o primeiro dia de um combate que não tem data para terminar. Assim como na praia mais popular do norte de Santa Catarina, em todo o Brasil o Dia D de mobilização contra o mosquito Aedes Aegypti ganhou o reforço das Forças Armadas.

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Os 42 oficiais da Marinha, 35 do Exército e outros 70 agentes municipais de saúde e vigilância fizeram pedágios para distribuir panfletos de orientação sobre o mosquito, as doenças que ele transmite e as diferenças entre dengue, chikungunya e zika. Eles também entraram nas residências conversar com moradores e para identificar possíveis locais de focos.

Já tendo “experimentado” a doença que o pequeno mosquito traz, a dona de casa Jaquelane Gomes, de 41 anos, não deu chance para a água parada. A caixa d?água ainda a ser instalada na residência foi deixada de ponta cabeça e a tampa também colocada de modo a não acumular água.

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– Quando vi que a chuva estava batendo ali, virei a caixa. Tive dengue quando morava em Vitória, há mais de dez anos, e foi uma semana de muita dor no corpo e nos ossos, uma febre forte e enjoo que não para — lembra Jaquelane.

São Francisco do Sul ainda não registrou nenhum caso de dengue – exames dos dois casos suspeitos resultaram negativo, mas já foram encontrados dois focos do mosquito Aedes aegypti. Um dos focos estava numa das 300 armadilhas monitoradas pelo município, e durante a varredura de 300 metros de raio, apareceu o segundo foco. As larvas estavam em uma tampa de garrafa. Em 2015, a cidade teve seis casos confirmados de dengue, importados de outros Estados, e sete focos foram identificados.

– Não temos casos contraídos em São Francisco, mas a cidade tem portos e é frequente a passagem de caminhões. Basta chegar um mosquito contaminado para que as doenças se proliferem. Vamos evitar este legado negativo, é uma questão muito séria de saúde pública – alerta o delegado da capitania e coordenado de área da campanha integrada da região contra a dengue, Francisco José Martins Cavalcante.

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Denúncias

A proximidade de oficiais e agentes de saúde com a população abriu oportunidade para receber denúncias. E foram muitas. Perto de um dos pontos de pedágio, montado na entrada do bairro Rocio Grande, os agentes encontraram um terreno com muito lixo depositado e, claro, criadouros de mosquitos.

– Às vezes as pessoas acham que um valo, um banhado ou até o esgoto correndo são pontos de risco. Mas o Aedes aegypti procura água limpa, e até uma tapinha pode servir para ele colocar larvas — alerta a gerente da Viligância em Saúde de São Francisco do Sul, Tânia Fernandes. – Cuidamos do que está na altura da vista, mas é preciso atenção também com a calha e o ralo.

Um combate marcado por batalhas

A distribuição de panfletos e orientação nas residências é a segunda etapa da campanha nacional, que inclui ainda o mapeamento de locais críticos. A primeira foi uma varredura nos quartéis e na casa de militares.

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A partir de segunda-feira, dia 15, até quinta, dia 18, será aplicado larvicida onde foram encontrados focos ou locais mais propícios. As denúncias continuarão a ser averiguadas.

A quarta etapa tem foco nas crianças, com a conscientização através de teatros e atividades lúdicas sobre o mosquito e as doenças que ele transmite. Todas as escolas de São Francisco do Sul serão visitadas.