Em sua terceira temporada na rota nacional de cruzeiros marítimos, São Francisco do Sul ainda tem muito o que fazer para consolidar sua presença neste segmento de turismo. A estreia, na temporada 2010/2011, foi empolgante: 34 cruzeiros incluíram São Francisco como parte do roteiro. O número caiu para 13 na temporada seguinte e, até agora, somente cinco cruzeiros, do navio Pullmantur Empress, estão confirmados para temporada 2012/2013, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar). O primeiro deles chega dia 28.

Continua depois da publicidade

A queda de 61,5% no número de escalas tem duas explicações. A primeira é o reflexo do momento que o setor atravessa no País. A oferta de cruzeiros marítimos será 15% menor em todo o Brasil, segundo a Abremar, em virtude de custos elevados de cabotagem, levando as companhias a buscarem itinerários com menor custo, como Buenos Aires.

A entidade aponta, também, a temporada mais curta – cinco meses contra sete na última estação – e a organização de roteiros com maior duração.

No caso da terceira cidade mais antiga do Brasil, a redução de escalas também está ligada à estrutura da região. No verão de 2010, as companhias vieram atraídas pela inegável vocação da cidade para o turismo, com belos casarios em estilo colonial português, praias, museus e um rico centro histórico tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Na prática, a experiência revelou algumas dificuldades. Um dos principais vilões é o trânsito. Para o presidente da Associação Empresarial de São Francisco do Sul, Carlos André Athanazio Veiga, o acesso rodoviário se apresenta como um dos grandes desafios.

Continua depois da publicidade

– A dificuldade de acesso afugenta o turista regional e naciona -l, explica.

A Visão é compartilhada pela gerente da CVC – uma das maiores revendedoras de cruzeiros em Joinville -, Innes Sebben.

– Em São Francisco, o turista encontra dificuldades logísticas, ruas estreitas dentro da cidade e trânsito lento na BR-280.

Ao comparar São Francisco do Sul com Itajaí – destino de dois navios, totalizando 30 viagens esta temporada – Innes cita, a favor de Itajaí, a presença do píer para embarque e desembarque de passageiros, e uma estratégia que possibilita saídas mais rápidas para as visitas. Há, também, a proximidade de outros pontos atrativos, como Balneário Camboriú.

Para Innes, é preciso uma ação articulada entre os municípios próximos para que a região se torne mais atrativa para os cruzeiros.

Continua depois da publicidade

LEIA MAIS:

Transatlânticos são desafio para lojas e serviços