Com mais de um mês de campanha de imunização contra a poliomielite, São Francisco do Sul tem o pior índice de cobertura vacinal entre todos os 295 municípios de Santa Catarina. Desde 8 de agosto até agora, a cidade mais antiga do Estado alcançou apenas 24% do público-alvo.
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Os dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que 758 crianças entre 1 e 5 anos de idade foram vacinadas no município do Norte catarinense. A estimativa populacional indica quase 2,4 mil pessoas que ainda não foram imunizadas. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95% de cobertura.
A campanha de vacinação estava prevista para terminar em 9 de setembro, mas o Governo Federal precisou prorrogar o prazo até o dia 30, já que apenas 35% das crianças haviam sido imunizadas em todo o Brasil até a primeira data limite.
Abaixo da média nacional, São Francisco do Sul tem pouco tempo para cumprir a meta. A prefeitura informou que o principal motivo para a campanha não atingir o índice de vacinação necessário é a baixa adesão dos pais e responsáveis, mas não explicou o que justificaria essa resistência da população.
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A Secretaria Municipal de Saúde diz que investe constantemente em divulgação nas mídias sociais, rádio e carro de som. Nesta semana, também começou uma campanha em parceria com a Secretaria Municipal de Educação para levar a vacinação contra a poliomielite para dentro das escolas.
Todas as unidades de ensino municipal ou privado com crianças dentro da faixa etária da campanha de imunização podem receber a vacinação na escola. No entanto, os pais ou responsáveis precisam autorizar a aplicação da dose, além de enviar a carteirinha de saúde com o aluno.
Além disso, a população pode procurar qualquer unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) do município para vacinar as crianças, das 8 às 11 horas, e das 13 às 16 horas. Os postos do Ervino, Vila da Glória e Miranda começam o atendimento às 8h30.
Joinville entre os piores índices de SC
Outras cidades do Norte de SC também estão com índice abaixo da meta de cobertura de vacinação contra a poliomielite. Joinville aparece na 287ª posição entre os 295 municípios catarinenses que mais aplicaram doses.
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A estimativa é de 32 mil pessoas dentro da faixa etária compreendida pela campanha, mas apenas 11,9 mil receberam a dose na maior cidade catarinense, representando 37%.
Nesta semana, o município emitiu nota para alertar sobre a baixa cobertura e reforçar que a vacinação está disponível em todas as unidades básicas de saúde, além da Sala Vacinal Central. Os locais e horários de funcionamento podem ser consultados no site da prefeitura.
Outra cidade populosa da região com baixo índice é Jaraguá do Sul, que vacinou 41% do público-alvo. São 4 mil das 9,8 mil crianças imunizadas até agora. Ainda abaixo de 50% de cobertura estão Barra Velha (39%), Guaramirim (46%), Balneário Barra do Sul (48%) e Garuva (48%).
Dos 26 municípios que compõem a região, apenas dois atingiram 95% do público-alvo: São João do Itaperiú (108%) e Três Barras (104%).
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Vacina evita circulação de doença erradicada
A poliomielite também é conhecida como pólio ou paralisia infantil e foi erradicada do Brasil em 1994. É uma doença contagiosa aguda provocada pelo poliovírus, que é capaz de infectar crianças e adultos pelo contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes,
Nos casos graves, é possível acontecer a paralisia muscular, mais comum nos membros superiores. Segundo a médica pediatra da rede municipal de Joinville, Patrícia Brandalise, a vacina previne que doenças antigas como a poliomielite retorne ao país.
— Com a circulação do vírus da pólio nos Estados Unidos, há um risco grande dele aparecer no Brasil. E crianças que têm uma vida normal podem nunca mais andar, se não forem vacinadas — alerta.
O vírus pode chegar ao cérebro e causar meningite – inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A doença tem risco de acarretar em sequelas, como a perda de audição e visão parcial ou total, além de epilepsia e paralisia em um ou ambos os lados do corpo.
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Poliomielite: como é a vida de quem sobreviveu à doença
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