O vendaval de mais de 100km/h que atingiu São Francisco do Sul no final da tarde desta segunda-feira mudou a cara da cidade. Quem chegou hoje em terras francisquenses pode até pensar em vandalismo generalizado no Centro Histórico. Vidraças da Fundação Cultural estavam estilhaçadas, semáforos ainda não funcionavam, telhas quebradas eram o novo ornamento das calçadas, assim como panfletos se espalhavam pelo piso ainda molhado de salas comerciais. O município começou a se recuperar dos estragos, que estão sendo analisados pela Defesa Civil nesta terça-feira.
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Os bairros vizinhos ao Centro Histórico lideraram as ocorrências de destelhamentos e falta de energia. Como se não bastasse a ausência do básico, que é acesso aos locais atingidos e energia, os órgãos que atuam na recuperação da cidade precisaram lidar com a falta da telefonia móvel. Uma das primeiras ações, de acordo com coordenador da Defesa Civil Marcon Machado, foi desobstruir as principais vias de acesso e circulação da cidade, como a BR-280, além de ajudar na volta da energia elétrica às regiões afetadas. Ao todo caíram cerca de 90 árvores e aproximadamente 200 casas foram destelhadas.
O coordenador esclarece que a situação está sendo analisada e os estragos identificados. Por enquanto, o estado é de “atenção”. Decretar emergência ou calamidade pública são possibilidades que ainda não foram cogitadas. A prioridade é manter o fornecimento de energia, água e saúde. Os hospitais, de acordo com Marcon, não interromperam o atendimento em nenhum momento. Assim como as unidades de saúde, escolas também entraram na lista de prioridades.
O comércio abriu normalmente. Uma padaria da rua Babitonga adormeceu com alguns problemas técnicos, como falta de sistema, que foram resolvidos ao raiar do novo dia. Os turistas ganharam as ruas e não deixaram de frequentar os passeios marítimos, como Barco Pirata e o Marinebus. Mas aos poucos foram descobrindo os estragos do vendaval que, de acordo com Marcon, na versão oficial do Ciram, chegou a 70 km/h. Informalmente, as rajadas de vento ultrapassaram os 100km/h.
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A família do militar Marcelo Ribeiro se surpreendeu com os rastros deixados pelo vendaval. A esposa de Marcelo, Andreia Ribeiro, notou os vasos caídos, quebrados, e as vidraças estilhaçadas da Fundação Cultural, antes de se informar no trapiche sobre como seria o passeio de Marinebus, rumo a Joinville. A família veio do Rio Grande do Sul pela “quarta ou quinta vez”, com quatro dos cinco filhos para rever as belezas da região Norte de Santa Catarina, quando se deparou com as consequências do vendaval.