De um modo geral, as pessoas se dividem em três grupos de comportamentos distintos quando se refere ao futuro. Uns acreditam que é incerto e levam a vida a contar com os apanhados da sorte, que também chamam de destino. Outros têm convicção de que o futuro é uma construção da qual têm não apenas o direito, mas também o dever de participar, e por isso fazem planos, traçam objetivos e trabalham com empenho um dia após o outro para fazer acontecer o que têm em mente. Há, também, os que só conseguem pensar no futuro com olhos voltados ao passado.

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Tenho certeza de que você já cruzou com eles. São aquelas pessoas que têm a firme convicção de que, diante das encruzilhadas da vida, tiveram o mau juízo de optar sempre pela direção equivocada — e que este erro, terrível, as jogou num caminho de infortúnios onde não existem desvios, ou atalhos, para dar a volta por cima. Onde não resta esperança e sobram lamentos.

São os amantes das hipóteses que começam com se — ou com outras condicionais que lhe servem de sinônimo: eu seria mais feliz…; teria tido sucesso…; estaria com saúde…; e aproveitaria melhor a vida… caso algo que aconteceu no passado não tivesse impedido. São aqueles que acreditam que o cavalo encilhado da oportunidade não cruza sua frente duas vezes — e por isso, quando perdem a primeira, não ousam se preparar para uma improvável segunda chance.

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Na atual conjuntura política, nós, brasileiros, poderíamos elencar uma série de razões para conjugar o futuro do pretérito. Sim, é muito provável que o País continuaria melhorando se não houvesse a famigerada delação. Só que ela aconteceu, quebrou a frágil confiança que ainda existia, e contra estes fatos não servem argumentos.

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Resta-nos, então, rever e investir nos fundamentos que estavam levando a economia a ensaiar uma curva ascendente. E encontrar um comandante, o mais neutro possível, que tenha como norte pelo menos não atrapalhar o curso positivo desta maré.