Não é preciso esperar pelo verão para conhecer Santo Antônio de Lisboa. Diferente de Jurerê ou Canasvieiras, essa praia do Norte da Ilha não é procurada por moradores e turistas por causa do banho de mar. Os diferenciais são a vista panorâmica para a Baía Norte, o passeio pela cultura açoriana e o melhor pôr do sol de Florianópolis — que não precisa, necessariamente, ser presenciado na estação mais quente do ano.
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Santo Antônio de Lisboa foi uma das primeiras freguesias de Florianópolis, já que começou a receber imigrantes açorianos a partir de 1720. Os novos moradores trouxeram também alguns costumes que permanecem até hoje no bairro: a arquitetura, a renda de bilro, a gastronomia, a pesca como atividade de subsistência e a religiosidade, representada na construção centenária da Igreja de Nossa Senhora das Necessidades.
Apesar de manter diversos aspectos históricos, o bairro agregou algumas novidades nas últimas décadas. Parte da orla da praia foi revitalizada, a infraestrutura do local foi ampliada e as opções gastronômicas, antes restritas a frutos do mar, agora incluem até restaurante especializado em coxinhas. Assim, é possível dizer que Santo Antônio de Lisboa é um passeio por Desterro sem sair de Florianópolis.
Como chegar?
Quem vier do Centro pode dirigir pela Avenida Beira-Mar Norte e entrar na SC-401 pela Avenida da Saudade. Após seguir reto por cerca de 10 quilômetros, haverá sinalização para chegar ao bairro Santo Antônio de Lisboa, sendo necessário entrar na marginal da SC-401 e virar à esquerda embaixo do viaduto. Depois basta seguir reto pela Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade para ver o mar.
Saindo do aeroporto, no Sul da Ilha, a melhor opção é entrar na Rodovia Governador Aderbal Ramos da Silva (Via Expressa Sul) e depois na Rua Deputado Antônio Edu Vieira, seguindo as placas que sinalizam o trajeto para a UFSC ou praias do Norte. Após cinco quilômetros na via haverá o acesso para a SC-401, também devidamente sinalizado, a partir de onde será possível repetir o caminho acima.
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A partir do Leste da Ilha, na região da Lagoa da Conceição, a rota mais rápida é voltar da Avenida das Rendeiras, passar pelo Morro da Lagoa e atravessar a Admar Gonzaga (SC-404). Ao fim da rodovia, haverá um acesso à direita para entrar na SC-401, sendo que a partir de lá o caminho é o mesmo para chegar na praia.
Há algumas opções para quem for de ônibus. Como a praia fica há cerca de um quilômetro do Terminal Integrado de Santo Antônio de Lisboa (Tisan), é possível fazer esse trajeto à pé. Há várias linhas que saem do Centro e passam pelo Tisan, como o Tican-Tican via Mauro Ramos (221) e o Tican-Titri via UFSC (233). Quem quiser ficar no ponto em frente à praia pode optar pelo ônibus Cacupé (846) ou Sambaqui (365).
O preço para chegar a Santo Antônio de Lisboa com o serviço de transporte por aplicativo é de ao menos R$ 30 saindo da rodoviária e R$ 37 do aeroporto. É importante ressaltar que os valores são estimados e podem ser afetados pela tarifa dinâmica. Usando o táxi, será necessário desembolsar ao menos R$ 45 a partir da rodoviária e R$ 65 do aeroporto.
Características da praia?
Por ser uma baía, a praia de Santo Antônio de Lisboa não é muito procurada para banho. O ponto em frente à Praça Roldão da Rocha Pires, um dos locais mais frequentados da orla, é considerado impróprio de acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA). Há outro ponto de coleta, em frente à Servidão Hipólito Machado, que tem condição própria para banho. Apesar disso, não é comum encontrar moradores ou turistas no mar.
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A areia da praia é grossa e amarela. Poucos visitantes caminham pelo local porque em alguns trechos há restos de pedaços plásticos e dejetos. A faixa de areia é estreita e pequena, estendendo-se da Ponta de Santo Antônio até um pouco depois da Praça Roldão da Rocha Pires. O passeio em frente ao mar dura pouco mais de 700 metros.
A orla também não é muito grande. Em parte do trajeto há um deck de madeira com algumas cadeiras. No restante, há grama e algumas espécies de plantas, além de bancos de concreto colocados para quem quiser descansar ou apreciar melhor a vista. Nas proximidades ainda há um parque com escorregador e balanço para as crianças e uma academia ao ar livre, além de dois banheiros químicos.
Como a praia fica em uma área residencial, há certa infraestrutura nas proximidades. Quem precisar de um supermercado ou de serviço mecânico, por exemplo, irá encontrar após andar alguns metros. Por outro lado, pode ser que durante a semana o visitante fique parado em uma fila na rua Quinze de Novembro, localizada em frente ao mar, já que há uma creche no local.
Público que frequenta?
Como a praia fica em área residencial, turistas e moradores se misturam pela orla e restaurantes de Santo Antônio de Lisboa. A maioria dos visitantes são casais e famílias de classe média alta, até pelo perfil dos restaurantes do bairro. Entre os residentes locais, há desde pessoas que se mudaram recentemente de outros estados até manezinhos que estão há gerações por lá.
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O que fazer?
Apesar de não ser próprio para banho, observar o pôr do sol sobre o mar de Santo Antônio de Lisboa pode ser um bom programa para o fim de semana, já que no local é possível ver a Baía Norte e a ponte Hercílio Luz. É possível apreciar o momento tanto nas varandas dos restaurantes quanto no deck de madeira que há sobre parte da orla — local ideal para aqueles que não abrem mão da selfie durante o passeio.
Um passeio pelo bairro é conhecer um pouco mais da cultura açoriana. É possível visitar a Igreja de Nossa Senhora das Necessidades, construção de 1750 que tem diversos elementos arquitetônicos típicos em seu interior. Outras opções são os casarões coloniais históricos que abrigam exposições de artistas locais e feiras de artesanato.
Aliás, caminhar à pé pelo bairro é uma boa opção. Como Santo Antônio de Lisboa manteve as características de ruas calmas, revestidas por lajotas, os carros que circulam na região próxima à praia estão em baixa velocidade. Por outro lado, não há calçadas em todas as ruas do bairro, o que pode dificultar o passeio com crianças.
Mas o principal atrativo do bairro é, realmente, a gastronomia. Há diversos restaurantes próximos à praia, com opções desde frutos do mar até comida brasileira.
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O que comer?
Como a praia tem apenas um quiosque credenciado pela Prefeitura, e que opera apenas durante a temporada, os visitantes procuram os restaurantes para as refeições, lanches ou até mesmo happy hours. Alguns estabelecimentos atendem no deck sobre a orla, o que deixa o cliente bem perto do mar, e outros têm espaços externos diferenciados.
O camarão à milanesa pode ser encontrado a partir de R$ 69 para uma pessoa e R$ 250 em porção para três. Uma porção de iscas de peixe saem por R$ 45 e de lula por R$ 49, enquanto a porção de casquinha de siri custa 14. O bacalhau pode ser encontrado por R$ 65 no prato com natas e por R$ 89 com crosta de amêndoas. O valor da porção de anchova para duas pessoas é de R$ 102.
Há restaurantes que são especializados em servir ostras. A sequências de ostras, servida com nove opções, custa R$ 150 para duas pessoas. Quem não quiser limites, pode comer quantas ostras conseguir pagando R$ 120. Já a dúzia do pescado varia de R$ 25 a R$ 35, sendo servido ao vinagrete, cru, à dorê, ao alho e óleo e gratinado.
Mas há opções além de frutos do mar, como a tradicional feijoada para duas pessoas que custa R$ 56. Outros pratos para duplas são costela assada (R$ 79), bife à cavalo (R$ 68) e bife à parmegiana (R$ 57). Omeletes variam entre R$ 14 e R$ 25, enquanto a tapioca sai por R$ 21 a R$ 32. Pratos executivos custam entre R$ 42 e R$ 52, enquanto opções para crianças podem ser encontradas a partir de R$ 12.
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Quem preferir apenas algum petisco, pode encontrar uma porção de batatas fritas por R$ 15 a R$ 18, de polenta por R$ 17 e de aipim R$ 18. Há até um restaurante especializado em coxinhas que serve recheios doces e salgados, com opções que vão de bacon e mexicana a ovomaltine e churros, por 6,90. Comidas veganas, sem glúten e sem lactose saem por 7,90 — mesmo preço do sabor de sabores como camarão e linguiça Blumenau.
O que beber?
A água custa entre R$ 3,50 e R$ 5, enquanto a lata de refrigerante sai por R$ 4 a R$ 6,50. O preço do suco varia de R$ 8 a R$ 10. Quem não dispensa a tradicional água de côco na praia pode comprar por R$ 5,90. Já aqueles que querem ver o pôr do sol tomando um café irão pagar R$ 4,90 no expresso e a partir de R$ 6,90 no capuccino.
Entre as opções com álcool, a cerveja long neck pode ser encontrada entre R$ 8 e R$ 13, variando de acordo com a marca, e a garrafa de 600ml por R$ 15. Já o copo com 300ml de chope sai por R$ 8 a R$ 14. A caipirinha custa entre R$ 17 e R$ 23, enquanto outros drinques como gin e mojito pode ser encontrado por até R$ 25. Já o vinho do porto, muito utilizado para harmonizar com os frutos do mar, vai de R$ 23 e R$ 40.
Estacionamento?
As ruas próximas à orla têm espaço para estacionamento gratuito. Porém, é necessário ficar atento às placas para não deixar o carro em local proibido, algo comum em Santo Antônio de Lisboa. Há alguns estacionamentos privados nas imediações e o preço cobrado é a partir de R$ 10 por três horas.
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