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Moradora da Rua Itapuí, 626, Elizabete de Souza, 51 anos, foi ignorada pela prefeitura. E a rejeição quase terminou em tragédia. Há dois anos, Elizabete procurou o Samae para reclamar de uma tubulação que estava vertendo e jorrando água no terreno dela. O muro da frente da residência estava ameaçado pela água que se acumulava.

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A resposta que ela recebeu na época é que nenhum problema tinha sido encontrado. Elizabete voltou para casa sabendo que aquele não era um simples vazamento. Como a intuição da moradora previa, dia 21 de junho deste ano, o muro da residência desabou totalmente.

Por sorte, nem ela, nem a filha de 15 anos ficaram feridas. A Defesa Civil orientou que Elizabete deixasse o local. Por 12 dias ela ficou fora de casa. Como viu que ninguém faria nada para resolver o problema, voltou.

– A prefeitura me propôs que eu pagasse o material e eles dariam a mão de obra. Eu disse que não aceitava. Quero que eles arrumem o muro. A estrada está caindo e não consigo nem descer a escada pra entrar na minha casa – relata.

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Desempregada, Elizabete diz não ter dinheiro para pagar obra da nova estrutura e empurra a responsabilidade para a prefeitura.

Segundo ela, uma tubulação nova foi feita próximo à casa dela. O muro, entretanto, continua lá, caído.

– Vou tentar mais uma conversa com a prefeitura. Se eles não fizerem o muro, vou processá-los. Não tenho como fazer a obra – comentou, terça-feira, a moradora.

E agora?

De acordo com Maurício Laus, diretor de operações do Samae, nenhum processo sobre o caso de Elizabete foi encontrado. Segundo ele, a queda do muro não teria relação com a tubulação existente no local. Maurício aponta situações que possam ter colaborado para a queda da estrutura como por exemplo, uma infiltração devido às chuvas ou a falta de projeto de engenharia na execução do muro.

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Quarta-feira de manhã, Valdeci Dutra, diretor de manutenção da Secretaria de Serviços Urbanos da prefeitura, foi até a casa de Elizabete verificar o ocorrido. Ficou combinado que uma estrutura de gabião será feita no lugar do muro que desabou. O serviço será pago pela prefeitura e, segundo ele, deve demorar até 20 dias para que os trâmites legais sejam finalizados e a execução da obra iniciada. Dutra explica, ainda, que o muro não tinha sido feito dentro das técnicas de segurança e engenharia necessárias e que uma boca de lobo ao lado do muro pode ter colaborado para a queda após verificar a existência de infiltração nele.