Pela terceira eleição presidencial consecutiva, os catarinenses seguiram em direção contrária à maioria da população brasileira e descarregaram seus votos no candidato derrotado no segundo turno. Mais uma vez, de forma eloquente: Aécio Neves (PSDB) alcançou 64,5% dos votos válidos no Estado, superando um recorde que pertencia a Lula (PT) nas eleições de 2002 – a última vez em que a maioria nacional e maioria catarinense se encontraram.

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Em Santa Catarina, Aécio alcançou seu maior percentual entre os Estados brasileiros, repetindo o que já acontecera em 2010, quando José Serra era o candidato do PSDB contra Dilma Rousseff (PT), reeleita ontem com 51,6% dos votos válidos na mais acirrada disputa presidencial brasileira desde a redemocratização. A principal mudança no cenário político catarinense nesses quatros anos não surtiu efeito: pela primeira vez, o governador do Estado apoiou um petista.

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A posição de Raimundo Colombo (PSD), reeleito em primeiro turno, não foi suficiente para inverter a lógica das derrotas petistas em Santa Catarina. Mesmo assim, o pessedista tem a expectativa de que a relação construída com Dilma tenha efeitos administrativos e políticos daqui para frente. No final da noite, ele divulgou nota parabenizando a presidente reeleita:

– Desejo à presidente muito sucesso nessa nova e importante jornada. Pode contar comigo para vencermos os desafios em Santa Catarina e no Brasil.

Enquanto esperava pelo discurso da presidente reeleita em Brasília, a ministra Ideli Salvatti (PT), dos Direitos Humanos, evitou comentar o cenário estadual e um possível realinhamento das forças políticas.

– No segundo turno tivemos condições de ampliar nossa relação e nosso trabalho aí no Estado. O Brasil é um país único, um país que sai dessa eleição com uma tarefa de reconciliação para o bem de todos, principalmente daqueles que mais precisam – afirmou Ideli.

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Depois de permanecer em silêncio durante o segundo turno, o senador e ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) avaliou que a terceira derrota consecutiva do PT no Estado é causada pela insuficiência de obras federais e pela divisão geográfica do país.

– É o desencanto de um Estado industrializado, economicamente avançado, tecnologicamente desenvolvido, com a política econômica do governo. Com o adiamento das obras fundamentais de infraestrutura, essenciais para que Santa Catarina melhore sua performance econômica – afirmou LHS, citando as duplicações das BRs 280, 101 e 282, entre outras.

Principal cabo-eleitoral de Aécio em Santa Catarina, o senador Paulo Bauer (PSDB), segundo colocado na disputa pelo governo do Estado, fez uma breve manifestação pelo Twitter.

– Eu e Aécio lutamos juntos durante a campanha eleitoral, e agora continuaremos de cabeça erguida, lutando pelo Brasil – afirmou.

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