Para o Ippuj, o bairro tem estrutura e espaço para crescer sem invadir zonas de risco Joinville ainda dava os primeiros passos na colonização quando a rua Santa Catarina foi aberta, em meados de 1860. Estreita e com valetas ao lado, ela era o principal acesso às outras cidades até a década de 70, quando a BR-101 foi construída. Em seu prolongamento, a zona Sul de Joinville foi se formando com a construção de chácaras, depois casas e agora indústrias. E assim a região virou o bairro Santa Catarina.
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É fácil entender porque mesmo com deficiências, a região ainda é valorizada pelos moradores. Para eles, o bairro é muito tranquilo e as ruas e calçadas semidesertas comprovam que o silêncio e o sossego são itens que nunca faltam. Não é à toa que o km 9 da rua Santa Catarina foi escolhido pelos freis capuchinhos. E os freis já sabem que a calmaria deve acabar em breve.
A instalação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a chegada de grandes empresas como a General Motors às margens da BR-101, além do novo pólo industrial se formando no eixo de acesso sul estão redesenhando o bairro Santa Catarina. O medo da expansão exagerada somado à expectativa de tornar-se a porta da frente de Joinville tem modificado a vida da população.
Em 1981, quando o Programa de Financiamento de Lotes Populares (Profipo) foi inaugurado após um mutirão dos moradores para construir as 16 casas pioneiras, não havia asfalto, o posto de saúde era um barracão de madeira, a igreja era um galpão e a praça era pura lama. Salvelina Freitas, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Santa Catarina km 5, se mudou há 22 anos e ficou incomodada com as ruas sem calçamento.
Hoje se orgulha das conquistas, mas ainda luta para asfaltar mais de 20 quilômetros de ruas, por mais horário de ônibus à noite e um posto policial. O bairro é um lugar de lojinhas pequenas e onde os moradores sentem falta de mais farmácias e de médicos no posto de saúde, mas a única pracinha com parque infantil, academia da melhor idade e dois campos de futebol parece dar conta da área de lazer.
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Hoje, o bairro tem espaço e estrutura para crescer sem invadir zonas de risco. Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuj), a área urbana pode expandir de acordo com a demanda e oferecer serviço, comércio e moradia sem crescimento desenfreado.