O drama de conviver com a ausência de uma pessoa próxima e não saber o paradeiro dela é rotina para as famílias dos 1.348 desaparecidos em Santa Catarina. Para amenizar esse problema, o Instituto Geral de Perícias (IGP) vai tentar ajudar na identificação dessas pessoas por meio de uma nova ação.

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Parentes em busca de informações podem participar da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. Quem quiser participar deve se cadastrar pelo site. O IGP entrará em contato para agendar a coleta, um procedimento simples.

A campanha está programada para ocorrer entre 14 e 18 de junho em Florianópolis, e em 16 de junho nos postos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Lages, Joinville, Criciúma e Chapecó.

O titular da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD), Wanderley Redondo, explica que por a coleta acontecer em poucas cidades, alguns familiares podem não comparecer pela dificuldade na locomoção.

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A investigação e identificação dos desaparecidos

Há oito anos, Santa Catarina conta com uma delegacia especializada. Segundo o órgão, desde a criação, em 2013, mais de 30 mil pessoas foram localizadas. Há algumas formas de identificar vítimas desaparecidas além da utilização de dados genéticos de familiares, como a identificação de pessoas em situação de rua, a localização por câmeras, e a cooperação com o IML e com a Delegacia de Homicídios.

O cadastramento do material genético de familiares de desaparecidos ocorre no Brasil desde 2015. Ao todo, Santa Catarina tem 298 perfis genéticos, de 126 famílias e, até o momento, é o quarto Estado do país em coleta de material de familiares de desaparecidos, segundo o delegado Wanderley Redondo.

Até agora a delegacia de Santa Catarina conseguiu solucionar um caso de pessoa desaparecida utilizando a base de dados nacional. Em 2020, uma pessoa que estava desaparecida há cinco anos foi encontrada morta no Rio Grande do Sul.

O corpo estava considerado como indigente, mas quando o material genético foi colocado na base de dados, o sistema reconheceu as informações e identificou que o cadáver era de uma pessoa desaparecida em Santa Catarina.

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O delegado Redondo defende que os moradores de rua também tenham seus materiais coletados e colocados em base de dados para ajudar na identificação dos desaparecidos de Santa Catarina e de outros estados.

Desaparecidos em SC

Ao todo, 1010 homens, 287 mulheres e 52 “a identificar” estão desaparecidos no Estado. A maioria são adultos (1222). O restante se divide entre crianças (14) e adolescentes (112). O desaparecimento mais antigo registrado data o ano de 1975, em São Bonifácio. Um jovem, de então 21 anos, desapareceu em janeiro daquele ano. As informações são cadastradas diariamente no site da Polícia Civil (veja a lista de desaparecidos de SC).

Das grandes cidades, Florianópolis lidera a lista com mais desaparecimentos (145), seguida por Joinville (116), Itajaí (69), Balneário Camboriu (50), Blumenau (42), Chapecó (32), Criciúma (28) e Lages (28).