Estudantes e trabalhadores de 44 municípios catarinenses terão à disposição, neste ano, 12.240 vagas em 125 cursos técnicos e de qualificação, todos gratuitos. A oferta é pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal, que pretende expandir a educação profissionalizante e tecnológica no país, investindo R$ 24 bilhões no setor até 2014.

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São 363 turmas, oferecidas pelo Senai, Senac e Instituto Federal Catarinense (IFC). Já o Instituto Federal de Santa Catarina estuda oferecer vagas a partir do segundo semestre.

Dos 125 cursos, 65 são de formação inicial e continuada (FIC), voltados, principalmente, ao trabalhador de baixa renda. Eles têm duração entre três e quatro meses.

Outros 60 são técnicos, destinados aos estudantes de segundo e terceiro ano de ensino médio da rede pública, e duram dois anos.

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A proposta do Pronatec é dobrar, até 2014, o número de vagas na rede tecnológica, que envolve Sistema S e institutos federais, passando para 5,6 milhões de ofertas para cursos de curta duração e mais 2,4 milhões para cursos técnicos.

A inscrição dos alunos fica sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Educação, por meio das gerências regionais.

Os interessados têm até 17 de fevereiro para escolher um curso. Os trabalhadores de baixa renda podem procurar os postos de atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou os Centros de Referência da Assistência Social dos municípios.

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São essas entidades que ficam responsáveis por fazer a matrícula dos interessados em um sistema eletrônico do Ministério da Educação (MEC). Os recursos são repassados pela pasta às instituições.

São R$ 8,50 por aluno matriculado e por hora, sendo que R$ 8 são para os custos do curso e R$ 0,50 para cada estudante, para gastos com alimentação e transporte.

A expectativa do diretor regional do Senai, Sérgio Roberto Arruda, é que as cerca de 5,8 mil vagas ofertadas pela instituição sejam preenchidas. O Senai do Estado tem 90 mil vagas, daqui a dois anos precisaria alcançar 180 mil.

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– Começamos a fazer isso neste ano. Toda a estrutura, professores e metodologia são do Senai – observa.

Por enquanto, não haverá expansão física da instituição. O Senac e o IFC também não irão aumentar as unidades. Os cursos serão ofertados na infraestrutura existente.

O diretor de Educação Profissional no Senac, Ivan Ecco, acredita que pelo menos 80% das 5,5 mil vagas sejam preenchidas. A preocupação dele é com os cursos de formação, voltados ao trabalhador.

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– Não temos acesso a esse público para divulgar, como temos com os estudantes. Por isso estamos com receio quanto à formação de turmas nos cursos FIC – pondera.

Já o IFC espera aumentar a oferta ainda em 2012. Se as turmas sugeridas pelo instituto forem aprovadas pelo MEC, o número de vagas passará de 940 para 6,1 mil.

Empregador comemora iniciativa

As 12,2 mil vagas estão concentradas principalmente no setor de tecnologia, comércio e construção civil. Para o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Rui Gonçalves, o Pronatec vem ao encontro da proposta do Estado, que é se tornar referência na área de TI e suprir a carência de mão de obra.

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– Um Estado que se propõe em ser o máximo em inovação vai precisar de profissional qualificado. Sabemos que tecnologia da informação é necessária para produzir inovação – ressalta o presidente.

Gonçalves não acredita que a crise freará o crescimento em Santa Catarina.

– É uma área que cresce pelo menos 20% acima do PIB em todo o Brasil. SC é um polo e além disso, tecnologia da informação é um meio para que todos os outros setores da economia se desenvolvam.

O Pronatec também é comemorado pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) da Grande Florianópolis, Helio Bairros. Ele lembra que por muito tempo a qualificação do trabalhador no setor ficou por conta da própria empresa, que contrata a mão de obra:

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– Se a mão de obra já vier qualificada é melhor. Agiliza o processo.

Para o presidente, mesmo com a crise econômica, o setor vai continuar aquecido. Bairros cita como projetos promissores o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida 2 e as obras para as Olimpíadas 2016.

O vice-presidente da Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio), Célio Spagnoli, diz que no setor comercial sempre houve a necessidade de mão de obra melhor preparada. Spagnoli observa que tem ocorrido queda na produção do trabalhador, porque falta incentivo para ele se especializar.