Santa Catarina tem 277 mil pessoas desocupadas, segundo estimativa do IBGE, que divulgou nesta quinta-feira a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C). Os dados são referentes ao primeiro trimestre deste ano (janeiro, fevereiro e março). Nesse período, a taxa de desempregados no Estado chegou a 7,2%, o que significa, segundo o IBGE, que 31 mil pessoas a mais ficaram sem emprego no período, em comparação com o último trimestre (outubro, novembro e dezembro) de 2018. Já em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o aumento de pessoas desocupadas foi de 29 mil pessoas.

Continua depois da publicidade

São consideradas pessoas desocupadas as com idades a partir de 14 anos, que não exerciam atividade na semana de referência da pesquisa, mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias e que estavam disponíveis para assumir uma vaga se aparecesse imediatamente.

A população em idade para trabalhar em Santa Catarina é estimada em 5,9 milhões de pessoas. Conforme cálculos do IBGE, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve aumento de 51 mil indivíduos aptos a trabalhar no Estado, porque completaram 14 anos.

A alta na taxa do desemprego em Santa Catarina no primeiro trimestre deste ano, atingindo a marca de 7,2%, representa o terceiro maior índice já registrado na média histórica da PNAD-C, iniciada em 2012. Os picos de desocupação no Estado foram observados no primeiro trimestre de 2017 (7,9%) e no segundo trimestre daquele ano (7,5%), conforme o IBGE. Apesar do aumento, SC continua com a menor taxa do país.

Santa Catarina também teve a 3ª menor taxa de trabalhadores por conta própria: 770 mil pessoas no estado. Houve queda nesse indicador, que se deu tanto ao comparar com o trimestre anterior (-0,2%) quanto em relação ao primeiro trimestre de 2018 (-1,1%).

Continua depois da publicidade

Renda média real é de R$ 2,4 mil em SC

A Grande Florianópolis apresentou o 4º maior rendimento médio das regiões metropolitanas avaliadas, mas duas posições a menos do que no trimestre anterior. Com R$ 3.025, está atrás apenas da grande São Paulo (R$ 2.456), Porto Alegre (R$ 3.056) e Curitiba (R$ 3.035).

Já entre os Estados, Santa Catarina está em sexto no país, com rendimento médio real de R$ 2.464. O primeiro colocado é o Distrito Federal, com R$ 4.085. No Brasil, a média foi de R$ 2.291, a maior marca desde 2012, com os homens ganhando a média de R$ 2.519 e as mulheres, R$ 1.991.

Para o economista João Rogério Sanson, professor da Universidade de Santa Catarina, o aumento da taxa de desocupação no Estado entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado tem relação com a incerteza do cenário econômico nacional.

Conforme o especialista, a redução da perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o impasse com a reforma da Previdência são fatores que põem empregadores e consumidores em compasso de espera.

Continua depois da publicidade

– Estava havendo um certo otimismo com eleição de que haveria reversão de expectativas. Agora está se vendo que ela não está se confirmando. Se piorou é porque o ano começou mal em relação ao ano passado. É sinal de que tanto consumidores quanto empresas estão em ponto morto, esperando as coisas acontecerem. Santa Catarina também tem efeitos do mercado externo – avalia.

Para Sanson, o país vive em 2019 um novo ciclo econômico, mas que se encaminha para ser um ano difícil, porque o ideal seria o PIB crescer acima de 2%, mas analistas do mercado e do governo já reconhecem que essa marca não deve ser alcançada.