Em pouco mais de 30 dias, mais de 84 mil raios foram detectados por sensores do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) em Santa Catarina – quase dois por minuto, em média. Achou muito? O número corresponde a somente 1,6% do total no Brasil (5 milhões) no período, que lidera o registro diário do fenômeno no mundo, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe.
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Fenômeno comum no verão, será ainda mais frequente nesta semana, segundo a Epagri Ciram, órgão estadual de monitoramento do clima, que prevê para hoje temporais com ocorrência do fenômeno em todas as regiões.
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Apesar de nem toda a descarga elétrica atingir o solo, vale o cuidado constante com as tempestades de fim de tarde, principalmente se estiver em atividades ao ar livre no momento da formação do temporal. Coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior explica que a maior parte da atividade elétrica registrada pelos sensores fica dentro das nuvens e, na maioria das vezes, não é percebida pelas pessoas devido à distância.
– Mas mesmo as descargas para o solo não costumamos perceber de dia, a não ser que estejam muito próximas de nós, menos de 5 quilômetros. À noite, dependendo da orografia [variação do relevo de uma região], costumamos perceber os raios bem mais longe, de 20 a 30 quilômetros – esclarece o pesquisador.
Conforme o Inpe, 50 milhões de raios caem todos os anos no Brasil, 43% deles no verão. A cada 50 mortes no mundo, uma ocorre no país. Apenas entre 2000 e 2016, foram 1.946 mortes. Santa Catarina normalmente está fora do mapa dos Estados com maior risco – foram apenas 58 vítimas no período, com idades entre 15 e 54 anos, sendo 80% homens.
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Na maior parte dos casos, as vítimas trabalhavam com agropecuária, estavam abrigadas embaixo de árvores, dentro de casa, na praia, sob uma cobertura (toldo) ou em campos de futebol.
– Em dias de forte calor, as tempestades se formam de repente. Aí que mora o perigo de ser atingido por um raio. As pessoas têm o costume de sair da praia só quando começa a sentir os pingos de chuva. Mas o risco já é grande. Tem de sair quando se percebe que a tempestade está começando a se formar – alerta o meteorologista da Epagri Ciram, Marcelo Martins.
Ao perceber os sinais, busque abrigo seguro
Conforme Pinto Júnior, a maioria das mortes ocorre em campos abertos ou próximo a cursos d¿água, principalmente motivada por correntes indiretas dos raios que são descarregadas no solo.
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Se estiverem na praia, por exemplo, as pessoas devem ficar atentas à aproximação de uma tempestade, o que pode ser percebido pelo barulho de raios próximos, o trovão, ou pelo escurecer do céu.
– Tão logo surjam essas evidências, devem procurar imediatamente abrigo num carro fechado ou numa residência próximos. Se não houver essas opções, devem sair da água, e ficar o mais longe dela possível, se afastar de objetos metálicos e árvores isoladas e ficar na areia, de preferência, agachados ou sentados, não deitados, esperando a tempestade acabar – orienta o coordenador do Elat.
Também deve-se manter distância de locais com poças ou objetos conduzam eletricidade, como linhas de energia e cercas de arame. Em 2016, houve 50 mortes no país, o índice mais baixo em 17 anos e bem inferior à média anual de 110 vítimas. Para Pinto Júnior, a redução está relacionada à consciência da população.
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O Corpo de Bombeiros não confirmou óbitos em 2017 no Estado. No entanto, no dia 4 de janeiro, 11 vacas que se protegiam do temporal embaixo da árvore morreram em Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí.
Saiba como se proteger
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