Motoristas catarinenses estão mais conscientes no trânsito, é o que aponta os comparativos dos últimos três anos, tanto das rodovias estaduais como federais. Os dados do feriadão da Proclamação da República, de 2011 a 2013, apontam uma significativa mudança nas estatísticas da Polícia Militar Rodoviária e Polícia Rodoviária Federal e denotam uma redução no número de acidentes e mortes nas estradas de Santa Catarina.
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De acordo com o balanço do último feriadão, cinco pessoas morreram em acidentes nas estradas catarinenses, uma queda significativa se comparado com os resultados de 2012 com 14 mortes e 2011, com 16 mortes. Não só nas operações especiais de feriados, mas por ano SC também vem reduzindo as estatísticas, nas rodovias federais 628 pessoas morreram em 2011 e em 2013 a PRF registrou até outubro, 434 acidentes com mortes.
A boa conduta dos motoristas, a tolerância zero da Lei Seca e a intensificação da fiscalização são os principais fatores apontados para a redução das mortes nas estradas. De acordo com Maíta Berti, da PRF, o aumento do valor da multa (R$ 1.915) para quem for flagrado dirigindo embriagado a partir de dezembro de 2012 tem mantido motoristas em alerta, principalmente durante os feriados prolongados quando a fiscalização é intensificada.
– Os meios de constatação de embriaguez, o valor da multa e a nova legislação da Lei Seca são fatores que inibem os motoristas.
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Apesar dos avanços, a conscientização e o respeito às leis de trânsito ainda são fundamentais para que o trânsito em Santa Catarina possa ocupar uma posição mais privilegiada no cenário nacional. O comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), Tenente-coronel José Norberto de Souza Filho, observa que a o relevo geográfico das estradas catarinenses é outro fator complicador, principalmente para motoristas de outros estados que não estão habituados às nossas rodovias.
– Nossas montanhas, litoral e planícies são um complicador para o turista que vem para cá e não está acostumado e nem sempre tem a cautela necessária nos trechos mais acidentados.
Entrevista
Maíta Berti, agente comunicação PRF
DC – Qual a avaliação da PRF em relação aos três últimas operações do feriado da Proclamação da República em 2013, 2012 e 2011?
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PRF – Com certeza este último feriado foi positivo principalmente considerando o aumento da frota, 240 mil novos veículos por ano, e as obras na rodovia.
DC – Como a PRF avalia esta melhora significativa na redução de mortes?
PRF – O aumento da fiscalização, a utilização dos radares e ao rigor da Lei Seca. Em quatro dias de operação nossos radares registraram mais de 13.600 mil imagens durante operação – todas por excesso de velocidade, no mês de outubro deste ano foram 56 mil imagens, pelo mesma infração. Mesmo comparando com os anos anteriores, em que o feriado teve um dia a mais, a média de acidentes foi menor. Em 2012 foram 55,8 acidentes por dia e 1,4 mortes. Este ano a média foi de 55,5 acidentes por dia e uma morte.
DC – O que ainda precisa melhorar na avaliação da PRF?
PRF – Com certeza é a mudança de comportamento. O trânsito já faz parte da vida motorista que se cansa de ficar na fila e resolve ir pelo acostamento e acaba colidindo com outro veículo parado, ou ele quer compensar o tempo que ficou parado na fila e aumenta a velocidade. A educação e mudança de comportamento são fundamentais para melhorar o trânsito.
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DC – Como está SC em relação aos outros estados?
PRF – Minas Gerais é o estado mais violento do Brasil e neste último feriado registrou 20 mortes. Mas, SC ainda tem números de mortes expressivos muito associado a problemas nas rodovias, como trechos com pistas simples onde ocorrem muitas colisões frontais e trechos em obras.
Comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), Tenente-coronel José Norberto de Souza Filho
DC – O que se pode perceber nas atitudes dos motoristas nas estradas?
PMRV – A melhora de conduta dos motoristas – que estão mais responsáveis, é fruto de uma intensa fiscalização e mais consciência por parte dos motoristas. Neste último feriado tivemos um movimento muito grande nas estradas estaduais e sempre há uma grande preocupação com o número de acidentes, já que basta um para quebrar todo um trabalho de prevenção.
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DC – O que a PMRV está fazendo no sentido de melhorar a consciência dos motoristas?
PMRV- Precisamos de mais educação no trânsito, consciência e conduta dos motoristas para termos uma situação mais próxima de países de primeiro mundo. Para isso fazemos um trabalho na parte educativa focado em palestras nas escolas voltado para o motorista do futuro e para os que já são habilitados é a fiscalização.
DC – Como o senhor avalia os pontos negativos do trânsito em Santa Catarina?
PMRV – Santa catarina não tinha uma boa colocação em relação ao número de vítimas tanto na área estadual como federal. No estado temos um complicador que é o nosso relevo acidentado onde as rodovias estão postadas neste relevo, diferente de outros estados que temos retas imensas. As nossas montanhas, litoral e planícies são um complicador para o turista que vem para cá e não está acostumado e nem sempre tem a cautela necessária nos trechos mais acidentados.