A retirada da vacina contra a febre aftosa pelo Paraná, anunciada neste mês, e os casos de Peste Suína em Alagoas levaram Santa Catarina a reforçar suas 63 barreiras sanitárias, principalmente nos 37 postos fixos na divisa com o Paraná.

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Nesta semana a Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, emitiu uma nota técnica reiterando que o estado é o único que possui o certificado internacional de zona livre de aftosa sem vacinação, reconhecido em 2007 pela Organização Mundial de Saúde Animal, o que garante mercados para carne suína como Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul.

O Paraná também quer retirar a vacina do rebanho para tentar acessar esses mercados. Mas o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa, destaca que os vizinhos não seguirão os mesmos procedimentos adotados pelos catarinenses, de rastreabilidade de todos os bovinos, com a colocação de brincos nos animais.

-Santa Catarina segue como o único estado brasileiro reconhecido pela OIE como livre de febre aftosa sem vacinação, o que nos coloca em uma posição privilegiada na busca por mercados e demonstra o cuidado extremo com a saúde dos nossos animais. Aqui todos os animais são identificados para que possamos comprovar que são nascidos e criados em solo catarinense. A retirada da vacinação no Paraná irá nos demandar uma vigilância ainda maior nesse primeiro momento já que o nosso rebanho não recebe vacina há 19 anos e não tem nenhuma imunidade contra a doença – destacou o secretário.

Na nota técnica a Cidasc coloca que continua proibida a entrada de bovinos e bubalinos (búfalos) vivos de outros estados ou países. A entrada de suínos, caprinos e ovinos é permitida somente em casos específicos, como para abate imediato.

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Também foi publicada uma portaria pela secretaria de Agricultura do Estado obrigando os veículos que transportem animais a pararem nos postos de fiscalização para desinfecção, mesmo estando vazios. Veículos de transporte de animais sujos não poderão entrar em Santa Catarina. Além disso as placas devem estar informadas nas Guias de Trânsito Animal.

– Estamos reforçando a vigilância nas barreiras e também vistoriando propriedades de suínos vizinhas como forma de prevenção da peste suína clássica – disse a presidente da Cidasc, Luciane Surdi.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), disse que é fundamental preservar a sanidade diferenciada de Santa Catarina, o que permitiu ampliar em 28% as exportações neste ano, que chegaram a US$ 602 milhões.

A Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina também manifestou apoio à manutenção das barreiras.

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