Apesar da concentração de empresas voltadas para o setor, nem todos os resultados são positivos para Santa Catarina. Apenas 11% das companhias adotam técnicas avançadas de gestão ambiental. O número é menor do que a média do país, 14%, quando comparado no mesmo levantamento, realizado pelo IBGE em 2011.
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O dado não melhora ao analisar a evolução. O Estado e o Brasil estavam empatados em 5% na primeira avaliação em 2005. Ou seja, as empresas catarinenses foram mais lentas na adoção dessas medidas.
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Um número mais atualizado deve estar disponível no final deste ano, com a conclusão de um nova edição do estudo pelo IBGE. O resultado vai demonstrar se foi possível recuperar o espaço perdido no período.
Falta de mão de obra
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Outro ponto que aparece no levantamento da Fiesc trata da questão da mão de obra para suprir a demanda por tecnologias ambientais. Há apenas dois matriculados em cursos técnicos da área para cada estabelecimento ligado à economia verde.
O número fica ainda mais baixo quando analisados os alunos que concluem graduações como Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental, por exemplo. É apenas 0,9 formado para cada negócio sustentável. Dados apontam para uma falta de mão de obra para o setor no futuro.
Na outra ponta, dos empregos, oportunidades existem. Serviços como controle de emissões de gases do efeito estufa, eficiência energética, eficiência térmica e até questões mais básicas ainda exigem que soluções sejam adotadas em larga escala.
– A questão dos resíduos ainda é muito forte. De forma geral, nós estamos no tempo ainda de aterrar o resíduo e deixar lá, seja ele industrial ou residencial, quando é possível reaproveitá-lo – explica Rodrigo de Bortoli, do Instituto Senai de Tecnologia Ambiental.
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Referências catarinenses
Grandes e pequenas empresas do Estado têm produtos e soluções que são referência. Confira algumas:
Termotécnica
Empresa de Joinville é responsável por 1/3 da produção brasileira de isopor. Das 18 mil toneladas produzidas por ano, 5 mil são recicladas e a meta é igualar os números até 2020.
Santa Luzia Molduras
Empresa de Braço do Norte investiu em um processo que transforma resíduos de isopor em um material usado na fabricação de molduras, rodapés e revestimentos para construção e decoração.
Malwee
A empresa do setor têxtil, de Jaraguá do Sul, passou a produzir peças com fio de poliéster de garrafas PET. Com o projeto, fez com que 2,4 milhões de unidades fossem recicladas.
Portobello
A empresa de revestimentos cerâmicos, de Tijucas, transformou o que era um resíduo, a “torta de polimento”, em um aditivo para a fabricação de tijolos. Eram produzidas 54 toneladas do material por dia, volume que agora deixa de ser lixo.
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WEG
Com um plano de troca de motores elétricos, a fabricante de eletrônicos de Jaraguá do Sul conseguiu até 50% de economia na conta de luz de suas bombas centrífugas, ventiladores e esteiras transportadoras.
Celulose Irani
A empresa iniciou um processo de reciclagem de plástico, reutilizando parte da fibra na fabricação de papel e também na transformação em novos produtos, como paletes, dormentes, telhas plásticas, mourões e estacas.
Altenburg
A empresa de Blumenau investiu na transformação de garrafas plásticas em um fio que custa 5% a menos do que malha normal: 15 PETs podem se tornar um travesseiro e 22 um edredom.
Docol
A Docol, de Joinville, levou soluções sustentáveis para sua linha de produtos. Criou torneiras e chuveiros que aumentam a economia de água em até 70%.
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Alfakit
Empresa localizada em Florianópolis, especializada no desenvolvimento de kits e equipamentos para análises de água, solos, efluentes e biogás.
Alcaplas
Empresa de Xanxerê é líder sul-brasileira na recuperação de plásticos, fornecendo resinas e embalagens plásticas para todo o país. Transforma aparas plásticas em polímeros.
Sanova
A empresa de Palhoça oferece uma sistema de automação e telemetria para aplicar no abastecimento de água, sistema de esgoto e de resíduos industriais em geral. A solução permite monitorar e realizar comandos à distância, reduzindo perdas em caso de acidentes.