Santa Catarina perde mais de 6,7 mil postos de trabalho em maio

Santa Catarina teve um dos piores saldos na geração de empregos no mês de maio, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta sexta-feira. De acordo com os dados do ministério, foram eliminados 6.717 postos de trabalho em maio, o que representa uma redução de 0,33%. Com estes números, o Estado ocupa a 20ª posição no ranking nacional.

No mês passado, o Estado ficou em 21º lugar no ranking geral, perdendo mais de 4,2 mil vagas celetistas (-0,20%) em relação ao mesmo período de 2014.

– A percepção de que Santa Catarina está diferente do Brasil está sendo vendida por alguns setores empresariais e políticos de forma bastante equivocada. Basta ver os dados do Caged, há uma retração dos setores, com exceção da agricultura – disse o economista Eduardo Guerini.

O resultado de Santa Catarina decorreu principalmente do decréscimo do emprego nos setores da Indústria de Transformação (-2.599 postos) e do Comércio (-2.062 vagas). No mês anterior, os setores mais atingidos foram a indústria de transformação e a agropecuária.

José Álvaro Cardoso, supervisor técnico do Dieese em Santa Catarina, ressalta que Santa Catarina sempre ostentou bons índices no mercado de trabalho, em uma situação de quase pleno emprego, o que torna os impactos mais visíveis. Cardoso acrescenta que o fato do comércio ser um dos setores mais impactados pela queda no número de postos de trabalho no levantamento deste mês acende o alerta:

– A indústria já vinha sendo afetada, mas o comércio sempre cresceu acima do PIB e agora está em queda, o que preocupa muito. É um quadro que é difícil reverter a curto prazo.

Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes, o que teve o melhor resultado foi Tubarão, com um saldo de 419 postos de trabalho e uma variação de 1,06%. Joinville ocupa a última posição do ranking estadual com redução de 1.762 postos de trabalho, uma variação de -0,89%. Florianópolis e Blumenau também tiveram os piores desempenhos com reduções, de 732 e 523 postos de trabalho respectivamente.

Brasil

No Brasil como um todo, de acordo com o Caged, verificou-se uma redução de 11.599 postos de trabalho, um declínio de 0,28% em relação ao mês anterior. Os dados apontam que que dos oito setores da atividade econômica, apenas a Agricultura, por motivos sazonais, teve desempenho positivo (28.362 postos ou variação de 1,83%).

Nos demais setores, os que registraram as maiores perdas de emprego foram a Indútria de Transformação (-60.989 postos ou -0,75%), os Serviços (-32.602 postos ou -0,19%) e a Construção Civil ( -29.795 postos ou -1%).

O declínio ocorreu nas cinco grandes regiões. Entre os estados, apenas quatro elevaram o nível de emprego formal: Mato Grosso do Sul (+534 postos), Goiás (+333 postos), Acre (+193 postos) e Piauí (+63 postos). Em números absolutos, São Paulo foi o estado que menos gerou empregos em maio.

Empregos em maio de 2015

Santa Catarina

Admissões: 82.849

Desligamentos: 89.566

Saldo: -6.717

Brasil

Admissões: 1.464.645

Desligamentos: 1.580.244

Saldo: -115.599