A cada 100 mil mulheres de Santa Catarina 3,6 foram assassinadas por agressões em 2010. O número coloca o Estado na 23ª posição do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, estudo formado através da análise de dados referentes à violência contra a mulher entre 1980 e 2010.

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Florianópolis aparece em 22º lugar na lista das capitais, com índice de 3,5, bem abaixo da cidade catarinense com mais homicídios de mulheres. Lages, na Serra catarinense, tem uma média de 14,9 homicídios a cada 100 mil mulheres. Entre 2008 a 2010, foram 17 mortes. Ocupa a 17ª posição entre os municípios com mais de 26 mil habitantes de todo o país. Em seguida vem Mafra (41º lugar), no Norte de SC, e Criciúma (77º), no Sul do Estado.

Segundo a agente da 6ª Delegacia de Polícia da Mulher e do Menor de Florianópolis Joacyr de Paula Nizer, os números preocupam mesmo que Santa Catarina esteja entre os estados com menos homicídios. Este ano, a delegacia registrou só na Capital cerca de 2 mil boletins de ocorrência relacionados à violência contra a mulher. Para ela, a medida de prevenção para diminuir o número de mortes é a vítima fazer a denúncia já na primeira agressão.

– A maioria das vítimas denunciam quando a agressão é mais grave. Raramente elas procuram a delegacia no início, quando são agredidas por palavras ou empurrões, por exemplo – explica.

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Cônjuge é o principal agressor

A grande maioria das ocorrências de violência contra a mulher no país atendidas pelo Sistema Único de Saúde (68,8%) acontece em casa. O agressor mais comum é cônjuge (27,1%), amigos ou conhecidos aparecem em segundo lugar (16,2%) e desconhecidos em terceiro (13,8%).

Em todo o país, o meio mais usado para matar é a arma de fogo. O mapa mostra que 53,9% das mulheres assassinadas em 2010 morreram desta forma. A segunda maneira mais usada nos casos registradas foi através de objetos cortantes ou penetrantes, como facas, usado em 26% dos casos.

No Brasil, o Espírito Santo é o estado que aparece na primeira posição do ranking com uma taxa de 9,4 vítimas a cada 100 mil mulheres. O que apresenta menos ocorrências é o Piauí, no 27º lugar, com índice de 2,6. A taxa em todo o Brasil é 4,4, o que coloca o país na 7ª posição entre 84 países.

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O estudo, coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, é uma análise de dados do Sistema de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVP) do Ministério da Saúde (MS). Os homicídios que entram na conta são aqueles que tiveram como causa agressões intencionais por terceiros com o intuito de matar.

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