Nesta segunda-feira inicia a quarta etapa do campeonato mundial de surfe na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Gabriel Medina, Adriano de Souza, Kelly Slater e outros ídolos estarão no Brasil até o dia 22 deste mês para tentar somar pontos no ranking mundial da World Surf League (WSL). Mas os apaixonados pelo esporte em Santa Catarina ainda têm na memória a época em que a disputa era sediada no litoral catarinense e transformou o Estado na terra brasileira do surfe. Lembrança que deve permanecer apenas nos álbuns de fotografias e recortes de jornais com a falta de perspectiva do principal campeonato do mundo reencontar as ondas catarinenses.

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O motivo é muito simples e matemático: o poder público de Santa Catarina não tem recursos para arcar com os incentivos financeiros que a WSL pede para a realização do evento. Sem confirmar valores, a organização do campeonato indica que a ordem de recursos é até 10 vezes maior do que 2001, quando a etapa ainda era em SC, na praia de Imbituba. Já a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte afirma que a WSL pede até R$ 5 milhões de incentivo.

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– São valores altos demais para o Estado, não podemos concentrar tantos investimentos em alguns poucos eventos e deixar a formação do esporte e o catarinense sem ações. Não há recurso para fazer tudo, por isso temos que priorizar os eventos que são realmente importantes ao Estado. Uma etapa do WCT é importe? É importante, mas há uma dificuldade porque o valor é muito alto – explica o secretário de estado Filipe Mello.

Teco Padaratz, dono dos direitos do evento no Brasil junto com Xande Fontes e contratado pela WSL para realização da etapa, explica que o WCT está muito bem consolidado no Rio de Janeiro, com forte apoio de patrocinadores associados à principal cidade turística do país. Mas que a decisão de onde ocorrem as etapas leva em conta diversos fatores estratégicos definidos pela direção da WSL e tratados de forma sigilosa.

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– Ocorre que a etapa do WCT cresceu muito. Hoje a transmissão de imagens gerada via internet é para o mundo inteiro, diversas televisões, esse é um dos motivos que tornou o campeonato mundial de surfe tão grande, com enorme audiência. No Rio de Janeiro essas condições de transmissão estão garantidas e seguras – explica Padaratz.

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Natural de Santa Catarina, Padaratz também acredita que o Estado deve primeiro priorizar e garantir incentivos na base do surfe e de outros esportes para voltar a ter grande representantes do cenário mundial, antes de investir tanto para um único evento.

– Olha o exemplo de São Paulo que investiu em um circuito de surfe forte e hoje além do Adriano de Souza, conta com Gabriel Medina e Filipe Toledo na disputa do WCT. Imaginem um Medina, mas de Santa Catarina. E não é só incentivar o surfe, mas todos os esportes – avalia Padaratz.

Mello garante que o orçamento da secretaria – cerca de R$ 20 milhões anuais – é distribuído para a realização de eventos como Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) e Parajasc e garantiu apoio para confirmar a etapa do WQS, divisão de acesso à elite do surfe, novamente em Santa Catarina em 2015, em parceria com Federação Catarinense de Surf (Fecasurf).

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