Santa Catarina está entre os seis estados com maiores taxas de incidência de sarampo do país, de acordo com dados do governo federal. A média é de 1,6 casos a cada 100 mil habitantes no Estado. O cálculo é feito levando em conta o número de ocorrências da doenças e a população residente.

Continua depois da publicidade

A taxa de SC (2%) está atrás de São Paulo, com 23,4%, seguido pelo Piauí (17,6%), Goiás (14,4%), Maranhão (3,2%) e Paraná (2,6%). A informação foi emitida pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Wanderson Kleber, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (4).

Os casos confirmados estão concentrados em 13 estados, sendo a maioria, 98,37% em São Paulo (2.708), seguido do Rio Janeiro (15), Pernambuco (12), Santa Catarina (7), Distrito Federal (3), Goiás (1), Paraná (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Bahia (1), Sergipe (1) e Piauí (1).

O levantamento do órgão leva em conta dados coletados até 31 de agosto de 2019 e aponta sete casos da doença em SC, entre as semanas epidemiológicas 21 a 35, o que equivale a aproximadamente quatro meses, compreendo o período entre maio e agosto. A apresentação federal demonstra que o Estado está sem confirmação de novos casos casos há três semanas. Além disso, segundo o MS, todas estas ocorrências estão concentradas em apenas um município, cujo nome que não foi informado pelo governo federal.

Dados do Ministério da Saúde divergem dos divulgados pelo governo do Estado

Os números apresentados pelo Ministério da Saúde são distintos dos valores declarados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive/SC). Segundo a assessoria de imprensa do órgão, já são 17 casos confirmados e 24 em investigação e/ou reteste. Novo boletim do órgão deve ser divulgado nesta quarta-feira (4).

Continua depois da publicidade

O motivo para a diferença nos valores são os critérios e períodos diferentes empregados por cada órgão. Enquanto o governo do federal leva em conta apenas o local de moradia do paciente para realizar a distribuição dos registros, a Diretoria Estadual contabiliza todas as notificações que ocorreram em solo catarinense. Portanto, o relatório feito por SC compreende diagnósticos de turistas, como os tripulantes do navio que atracou em Florianópolis em fevereiro e as duas mulheres, uma de São Paulo e outra de Goias diagnosticadas na Capital.

Em nota, a Dive informou:

Com relação a diferença no número de casos importados de sarampo confirmados em Santa Catarina informados pelo Ministério da Saúde e Diretoria de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, esclarecemos que: Santa Catarina considera todos os casos notificados no estado – independente se o paciente é morador ou não de Santa Catarina, enquanto o Ministério da Saúde considera o município de residência do paciente.

Então, se o paciente mora em São Paulo, mas o diagnóstico da doença foi em Santa Catarina, o Ministério vai considerar o caso para São Paulo, enquanto a Dive/SC vai considerar para Santa Catarina.

A Diretoria considera Santa Catarina, pois entende que o vírus está circulando na região onde ocorreu o caso e isso é fundamental para a realização das medidas de controle e prevenção para evitar a dispersão do vírus.

Continua depois da publicidade

Além disso, existe um prazo de 10 dias para que o Ministério inclua a informação de casos confirmados no boletim do MS, após notificação da Dive/SC.

Novas medidas para deter a doença

Na coletiva desta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde também anunciou que irá enviar cápsulas de vitamina A aos estados e ao Distrito Federal, para casos suspeitos de sarampo em crianças menores de seis meses de idade. A recomendação do MS é que cada criança tome duas doses da vitamina.

A orientação é que a primeira dose do medicamento seja administrada imediatamente no momento da suspeita na Unidade de Saúde para diminuir os riscos de transmissão da doença. Já a segunda dose deverá ser administrada no dia seguinte, em casa. O governo federal recomenda ainda que se houver possibilidade, a administração domiciliar seja supervisionada por profissional da equipe de Atenção Primária à Saúde e/ou Vigilância em Saúde.

A distribuição das cápsulas será iniciada para as Unidades da Federação (UF) em situação de surto, com o envio de 250 cápsulas (5 caixas) para São Paulo e 100 cápsulas (2 caixas) para cada estado em situação de surto de sarampo, o que inclui Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

A Dive/SC informou que não irá se manifestar no momento sobre as medidas anunciadas pelo governo, pois recebeu as informações junto da imprensa. A instituição afirmou irá se manifestar apenas na semana que vem.

Vacinação

A imunização contra o sarampo está prevista para a população desde a década de 1970. Ela está descrita na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) como a tríplice viral, pois previne também contra rubéola e caxumba. É tomada quando o bebê completa 1 ano de idade e três meses depois, ao completar 15 meses, é reforçada com a tetra viral.

Além destas aplicações, desde o dia 22 de agosto a aplicação de uma dose extra da vacina tríplice viral está sendo feita em Santa Catarina. A chamada “dose zero” foi recomendada pelo Ministério da Saúde para todas as crianças com idades entre seis e 11 meses para evitar a propagação da doença. Esta aplicação não substitui as outras já previstas no Calendário Nacional de Imunização, citadas anteriormente.

Pessoas não imunizadas com idade entre 30 e 49 anos deverá receber a aplicação de apenas uma dose. Entretanto, em pessoas com 50 anos ou mais, a vacinação é recomendada em caso de viagem a regiões com surto da doença, como São Paulo, ou se houve contato específico com casos suspeitos ou confirmados. Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente.

Continua depois da publicidade

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC.