Ele fala, canta e dança, mas não é gente. Exige atenção, precisa ser alimentado, interage com o dono, dorme, e até late, mas também não é cachorro. Apesar das características comuns às de seres vivos, este conjunto de ações é típico dos Furbys, a mania do momento capaz de encantar crianças, intrigar adultos e, literalmente, esvaziar as prateleiras de lojas de brinquedos.

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Sucesso entre os anos 1990 e 2000, os bonecos criados pela segunda maior potência mundial do segmento de jogos, a americana Hasbro, voltaram ao Brasil em maio deste ano em uma versão ainda mais tecnológica.

E os bonecos – com aparência que lembra os gremlins, mas coloridos – já viraram tendência no mundo, inclusive em Santa Catarina, onde estabelecimentos comercializam mais de 10 bichinhos ao dia por R$ 399,90 cada.

Procurado principalmente por crianças, que representam 85% dos proprietários, o tamagotchi (bichinho virtual) moderno usa a voz, os movimentos corporais e o olhar (em um visor de LCD) para expressar vontades e sentimentos, incluindo mudanças de personalidades – que variam entre falante, bebê, mau e até diva.

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Preço elevado não assusta os consumidores

Outro atrativo do Furby são os diversos sensores espalhados pelo corpo do boneco, permitindo que ele dance conforme o ritmo de uma música e interaja com o dono. Além disso, por meio de aplicativos dos sistemas Android e iOS, é possível alimentá-lo, colocar o boneco para dormir e até para “conversar” com outros Furbys.

Com tantos atrativos, não é difícil imaginar que o brinquedo está em falta nas lojas infantis. Na Ri Happy do Shopping Iguatemi, em Florianópolis, a gerente Patrícia Lazarin conta que seu estoque está esgotado. Entre os meses de julho e setembro, ela vendeu mais de 500 unidades, restando apenas o exemplar do mostruário. Prova de que o preço elevado não assusta os consumidores.

– É um sucesso. A gente achou que seria um brinquedo para o dia 12 de outubro, mas já temos a prova de que é algo permanente. O pessoal chega na loja já perguntando pelo Furby – conta a gerente, revelando o predomínio de clientes das classes A e B.

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– Mas todo mundo compra, e a maioria paga parcelado – pondera.

O sucesso dos robôs de estimação é tamanho, que a marca já investiu em produtos voltados para os bichinhos, como camas, bolsas, casas e até óculos, tudo para os Furbys.