Apesar da crise econômica que afeta o crescimento do país, Santa Catarina pode respirar aliviada após encerrar março com uma balança positiva na geração de empregos. O Estado criou 3.948 novos postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ligado ao Ministério do Trabalho.
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::: Geração de empregos formais cresce 47% em um ano
SC teve um saldo positivo de 0,19% frente aos 0,05% de média nacional. Dezesseis estados recuaram em seus saldos, com destaque para a Paraíba com -1,35%, fechando 5.691 vagas em diversos setores. O maior saldo positivo aconteceu em Goiás com 0,50 e 6.176 novos trabalhadores. Mas em números absolutos, São Paulo sai na frente com 12.907 novas vagas em março. Outros cinco Estados e o Distrito Federal também melhoraram em seu saldo.
– Santa Catarina tem um economia diversificada, o que ajuda em momentos de crises. Por isso quando um setor cai em produção devido à falta de incentivo ou recuo de época, outro consegue suprir – aponta a economista da Federação das Indústria de Santa Catarina (Fiesc) Graciella Martignago.
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Setor de serviços decola e agropecuária despenca
O setor de Serviços – que engloba transportes, comunicações, saúde, ensino entre outros – foi o que mais impulsou o crescimento em Santa Catarina. Foi responsável por 3.781 novas vagas no mês de março. Já a agropecuária, parte importante da economia do Meio-Oeste e Oeste de Santa Catarina, despencou impressionantes 7,35%, fechando 3.749 postos de trabalho.
A explicação para um número tão acentuado é que o setor trabalha com uma produção sazonal, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de SC (Faesc). Os trabalhadores fazem contratos temporários e o das colheitas soja, arroz e maçã foram finalizadas. Para o presidente da entidade, José Zeferino Pedrozo, a agropecuária está longe de uma crise e em setembro terá uma nova onda de contratações devido à época de plantações.

SC perde a liderança no ranking
Mesmo com a criação positiva de empregos, o Estado perdeu o posto de líder de novos empregos no país. Santa Catarina segurava o topo em dois meses seguidos (janeiro e fevereiro) além do acumulado do ano de 2014. Agora, as empresas catarinenses são responsáveis pelo sexto maior número de novos postos de trabalho. A liderança ficou com São Paulo, seguido porRio Grande do Sul e Paraná. A maior retração foi em Pernambuco onde 11.862 pessoas perderam seus postos.
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A queda na criação de empregos é uma tendência nacional, de acordo com a economista Graciella Martignago. A crise enfrentada pelo Brasil, que cortou incentivos para consumo como IPI reduzido e dólar mais baixo dentro do país, se reflete em uma economia desacelerada e, por consequência, em uma que contrata menos.
– Estavamos em uma situação de pleno emprego e crescimento. Mas agora a projeção é de um PIB negativo, um ano de recessão. Isso afeta a capacidade dos setores de crescerem e gerarem empregos.