A prisão em flagrante dos cinco turistas de São Paulo com notas falsas neste domingo, dia 5, na Praia dos Ingleses, foi a primeira deste ano na Grande Florianópolis. Santa Catarina é um dos principais estados em que este tipo de crime é praticado por causa do grande número de visitantes circulando no litoral.

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O pico de ocorrências é agora, na alta temporada. Só em 2013 foram mais de 60 inquéritos e pelo menos dez prisões em flagrante por moeda falsa, na região.

A Polícia Federal de SC abriu inquérito para investigar a origem do dinheiro e a autoria da falsificação das quatro notas de R$ 50 apreendidas com o grupo de jovens paulistas, na Praia dos Ingleses, pela Polícia Militar. Os turistas tentaram pagar lanches e compras numa farmácia do Norte da Ilha.

Os comerciantes perceberam, não aceitaram as notas e chamaram a PM, que identificou o carro com os jovens e fez a prisão em flagrante. Na casa alugada pelo grupo nos Ingleses havia R$ 2 mil em dinheiro, montante que passará por perícia federal. No celular de um deles, fotos de fuzil, pistolas e pacotes de maconha.

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Dos cinco presos em flagrante, apenas um permanece detido. O rapaz que não teve seu nome divulgado pela Polícia Federal já está na Central de Triagem do Estreito e vai responder por crime de moeda falsa, artigo 289 do Códio Penal. Se condenado, o suspeito poderá pegar de três a oito anos de prisão.

A relação do suspeito com quem fabricou as cédulas falsas e as colocou em circulação será determinada durante as investigações.

O delegado da Delegacia de Combate aos Crimes Fazendários (Delefaz) da PF/SC, Clóvis Roldão, disse que a prática criminosa é sazonal.

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– O fluxo deste tipo de crime é muito grande em regiões turísticas. Nesta época, a frequência aumenta. Por enquanto, está dentro da média, mas é muito cedo para fazer um levantamento porque a temporada no início – observou Roldão.

Pulverização do crime

O combate ao crime de moeda falsa no país ganhou com as novas dimensões das cédulas de menor valor do real, justamente o principal alvo dos falsários. Propositalmente, notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 20 ganharam novos e menores tamanhos do Banco Central, órgão emissor da moeda nacional.

Por outro lado, este tipo de crime acaba dando mais trabalho para a PF e prejuízo ao comércio por causa da tecnologia.

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– Com os recursos técnicos de hoje, o grau de resolução das impressoras, não há necessidade de se ter uma grande organização criminosa para falsificar moeda. Basta ter equipamentos de boa resolução. Tem gente que faz por conta própria e existem quadrilhas especializadas – observou o delegado Clóvis Roldão.

Quem usa cédulas falsas geralmente repassa o dinheiro em festas e locais de muita aglomeração de pessoas, em que os funcionários estão mais desatentos, e o período noturno, em que a incidência de luz é menor.

– Os comerciantes tem facilidade de distinguir uma cédula falsa de uma verdadeira. Pelo simples manuseio, de tanto lidar com dinheiro. É intuitivo – disse o delegado da PF.

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Comprar dinheiro com desconto

Não há registro de quadrilhas ou fabricantes artesanais de dinheiro em Santa Catarina, conforme o delegado Roldão. A maioria fica em São Paulo. Atualmente é comum se encomendar moeda falsa. O comprador adquire com o falsário um lote de R$ 5 mil e paga por ele R$ 2 mil, por exemplo. É a compra do dinheiro com desconto.

Para se configurar crime de moeda falsa basta portar os apetrechos como tinta, prensa e impressora, além das notas de baixo valor.

– O modus operandi é pegar notas de valores baixos e lavar com produto químico. O dinheiro é confeccionado com as próprias cédulas – contou o delegado da Delefaz/PF.

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Entre os indícios de que uma cédula é falsa está o número de série. Não existe cédula no país com o mesmo número de série, que é a combinação de letras com uma sequência numérica.

Dicas para não cair no golpe

– Sentir a textura. A nota não pode ter uma massa totalmente lisa. Tem que ter porosidade ao longo da cédula;

– Checar elementos de segurança como fio magnético, imagem holográfica e marca d´água;

– Confirmar o registro coincidente, ou seja, o brasão da República tem que estar exatamente no mesmo lugar, nos dois versos da nota

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– Se receber nota falsa, apresentar na PF para apreensão.

Fonte: PF/SC